Portugal é um dos países mais famosos do mundo pela sua produção de vinho. Com 14 regiões de vinícolas demarcadas e 199 mil hectares dedicados à vinha, o país é um destino certo para quem aprecia bons vinhos. Por ter muitas regiões de altitudes elevadas, um fenómeno faz sucesso no país: os vinhos de montanha.
Um vinho para ser classificado como de montanha (ou de altitude), precisa ter algumas características. Como o próprio nome sugere, este tipo de vinho tem as suas uvas cultivadas em níveis muito acima do nível mar, normalmente, acima de 1.000 metros. Devido à baixa pressão atmosférica em regiões muito altas, as temperaturas acabam por ser baixas também, o que interfere diretamente no sabor e na experiência sensorial de cada vinho.
Para o empresário português Paulo Silva, responsável pelo restaurante “A Torre”, na Serra da Estrela, localizado a 1.993 metros de altitude, “o vinho é um ser vivo, e, assim como os humanos, sofrem alterações no seu organismo quando estão em altitudes muito elevadas, os vinhos também têm as suas características impactadas”.
“Percebemos que o vinho melhorava. Fica mais redondo, mais aveludado. Por isso, é um vinho único. Só se consegue quando se está no ponto mais alto, aqui no restaurante”, afirmou Paulo Silva, que mantém os vinhos em “repouso” para alcançar sabores cada vez mais únicos.
Vinhos de altitude costumam ser mais caros, uma vez que a sua produção tem um custo elevado, com mão de obra mais escassa e modo de produção manual. Além disso, este tipo de vinho possui condições de produção bem específicas para que o resultado seja o melhor possível. Para quem aprecia, o valor vale a experiência de uma bebida especial e única. ■