“Os meus objetivos são chamar atenção e promover ação no que diz respeito à emergência climática e proteção da biodiversidade”

Nélson Abreu, candidato do PAN pelo círculo de fora da Europa

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Nélson Correia Abreu
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Nélson Correia Abreu tem 39 anos de idade e é natural de Lisboa. É candidato do PAN a deputado à Assembleia da República Portuguesa pelo círculo eleitoral de fora da Europa.
Conversamos com este candidato sobre as ações que propõe, caso seja eleito.

O que está a impulsionar a sua candidatura?

Há urgência para tomar uma ação decisiva para combater as mudanças climáticas para prevenir os piores efeitos. Já vemos pandemias, incêndios, secas e conflitos relacionados, poluição, efeitos para a agricultura e pecuária e muito mais. Por outro lado, existe a oportunidade de transformar a energia, a transportação e outros sectores com trabalhos, cooperativas, e startups verdes. Relativamente ao lítio, há a possibilidade de criar um fundo permanente, mas também existe o risco de alimentar a corrupção com conflitos de interesse e de destruir o ambiente e comunidades. Vemos também que a diáspora precisa de maior apoio e de ser valorizada também como um importante recurso. Tenho acompanhado a erosão do bem-estar, e ao mesmo tempo, ao desenvolvimento de recursos para apoiar a saúde mental e a conscientização de que o bem-estar deve estar no centro da educação, do trabalho e da política.

Como avalia o cenário político atual em Portugal?

É positivo que não haja uma maioria absoluta, pois requer maior deliberação e diversidade de ideias. Com a participação de partidos como o PAN, há maior hipótese de desenvolver e fortalecer leis contra a corrupção e minimizar o desperdício de impostos. É importante continuar o trabalho de apoiar o bem-estar das famílias, a criação de prosperidade através dos trabalhadores e pequenas-médias empresas, cooperativas e startups.

Que políticas pensa serem necessárias para a comunidade portuguesa que reside fora de Portugal?

As comunidades necessitam de maior apoio para serviços consulares; para desenvolver os seus projetos académicos, cívicos, profissionais, e empresários no mundo lusófono e nos países hóspedes.

Que dificuldades devem ser combatidas e que pontos merecem ser reforçados?

Portugueses no estrangeiro muitas vezes precisam de ter uma rede de apoio e de contatos para ter sucesso e para partilhar o seu sucesso com outros portugueses. Faz falta facilitar o contacto entre portugueses que muitas vezes se desconhecem e não têm a oportunidade de apoio mútuo.

Quais são os seus objetivos?

Os meus objetivos são chamar atenção e promover ação no que diz respeito à emergência climática e proteção da biodiversidade, a crise de saúde mental, as questões de direitos humanos e as necessidades das diversas comunidades portuguesas pelo mundo.

Que temas mais lhe chamam a atenção?

Nunca esteve mais aparente a ligação entre a natureza, a saúde física e mental e a economia. Está tudo interligado. Temos a oportunidade de criar um futuro próspero, verde, saudável, justo, transparente e inovador se tomarmos ação decisiva ao estilo de um Marshall Plan ou New Deal Verde.

O que pode ser feito no sentido de se valorizar o trabalho consular português no estrangeiro?

Tudo começa com a educação, mostrando esta nobre profissão como atrativa, e claro que é necessário proferir orçamentos significativos para que os consulados tenham mais meios para oferecer os seus serviços.

Qual a importância do movimento associativo português nos países de acolhimento?

Não se pode subestimar a importância de ter uma comunidade para nos receber; para matar saudades da cultura enquanto estamos longe de casa; para o apoio mútuo; e para trazer benefícios e reconhecimento das contribuições de portugueses nos países de acolhimento; e até para a sua organização e influência política, cultural, empresarial no exterior.

O ensino da língua portuguesa deve sofrer alterações?

É importante dar a entender em lugares onde o Português está em retrocesso, como em Goa, que o nosso idioma é mais do que uma memória do colonialismo. O Português é um vínculo para todo o mundo lusófono e uma janela para todo um mundo de pensamento. Em geral, é importante investir em programas universitários no exterior e study abroad para ensinar Português a estrangeiros e luso-descendentes.

Que linhas pretende seguir em relação às comunidades portuguesas caso seja eleito?

Além dos apoios em comum que já referi, como apoiar os serviços consulares para que seja mais fácil obter e renovar documentação; cada comunidade tem as suas preocupações. A prioridade para mim seria dar voz às suas necessidades. Por exemplo, em Goa, há muita preocupação com construções ilegais em áreas de património cultural português reconhecido pela UNESCO. É importante continuar a batalhar para remover obstáculos para a participação e representação democrática fora de Portugal.

O que a comunidade portuguesa deve esperar das eleições de janeiro?

É importante participar na nossa democracia para que os resultados não sejam destorcidos pelos extremos. Penso que os eleitores querem uma Assembleia da República disposta a deliberar e negociar consensos relativos para criar estabilidade governamental em tempos instáveis. Temos uma crise global sanitária e económica, uma economia frágil, um contexto geopolítico menos que previsível…. É imperativo poder contar com representantes responsáveis que coloquem o país há frente dos seus egos.

Por fim, que mensagem deixa para os eleitores?

Votar nos partidos que têm dominado a política em Portugal não trará o dinamismo que precisamos para combater a corrupção, as mudanças climáticas e as dificuldades socioeconómicas. Uma Assembleia da República com maior representação do PAN será mais eficaz para avançar estas causas urgentes. De qualquer forma, o importante mesmo é participar. Independentemente do resultado, estarei sempre à disposição da comunidade para ajudar como puder. ∎

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