Deborah Colker anuncia sessão extra do espetáculo “Cão Sem Plumas” em Portugal

Nome incontornável da dança, coreógrafa brasileira traz a sua premiada companhia para quatro apresentações, no Teatro Tivoli, em Lisboa. A nova sessão será no dia 23 de novembro, às 18h

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Após o sucesso de vendas das primeiras datas, a renomada coreógrafa e diretora brasileira, Deborah Colker, anuncia sessão extra do premiado espetáculo “Cão Sem Plumas” no Tivoli BBVA, em Lisboa. A nova apresentação será no dia 23 de novembro, às 18h. As outras três serão em 21, 22 e 23,  às 21h30.

“Que maravilha estar chegando a hora de voltar a Portugal! Que saudades de Lisboa. É uma honra levar, com esse espetáculo, o nosso grande autor brasileiro João Cabral de Melo Neto”, disse a coreógrafa que ganhou com “Cão Sem Plumas” o renomado “Prix Benois de la Danse” na categoria coreografia.

Deborah Colker, ao longo de sua carreira, tem sido uma pioneira na fusão de diferentes formas de arte. Seja nos espetáculos de dança em palcos tradicionais ou à frente da comissão de frente de uma escola de samba no carnaval carioca ou até mesmo na direção de uma ópera em Escócia. Deborah ainda foi a primeira mulher a comandar um show do Cirque du Soleil. É da brasileira a criação de “Ovo”, da companhia canadiana, que coincidentemente também terá apresentações em Lisboa, em dezembro.

Com a digressão de “Cão Sem Plumas”, Deborah Colker continua a demonstrar a sua dedicação em partilhar a sua visão única e inspiradora com o mundo. O espetáculo, que estreia em Portugal, já foi visto por mais de 400 mil pessoas. A última temporada no Rio de Janeiro, em setembro, teve os bilhetes esgotados em todas as sete sessões disponíveis. “Cão Sem Plumas” também passou por outras 50 cidades brasileiras e teve digressões por Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e Uruguai.

Literatura e cinema

“Cão sem Plumas” é baseado no poema homónimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999). O poeta tem profundas ligações com Portugal, já que viveu por cinco anos no Porto (1982-1987) como diplomata.

Publicado em 1950, o poema acompanha o percurso do Rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco. Mostra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites, a vida no mangue, de “força invencível e anônima”. A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno.

No espetáculo, dança mistura-se com o cinema. Cenas de um filme assinado por Deborah e pelo pernambucano Cláudio Assis –  realizador de longas como os premiados “Amarelo Manga”, “Febre do Rato” e “Big Jato” – são projetadas no fundo do palco e dialogam com os corpos dos 14 bailarinos. As imagens foram registadas em novembro de 2016, quando coreógrafa, cineasta e toda a companhia viajaram durante 24 dias pelo interior do estado de Pernambuco, passando pelo sertão e agreste, até chegar à capital, Recife.

A jornada também foi documentada pelo fotógrafo Cafi, nascido em Pernambuco. Na trilha sonora original estão mais dois pernambucanos: Jorge Dü Peixe, da banda Nação Zumbi e um dos expoentes do movimento mangue beat, e Lirinha (cantor do Cordel do Fogo Encantado, poeta e ator), além do carioca Berna Ceppas, que acompanha Deborah desde o trabalho de estreia, “Vulcão” (1994).

Outros antigos parceiros estão na cenografia e direção de arte (Gringo Cardia) e na iluminação (Jorginho de Carvalho). Os figurinos são de Claudia Kopke. A direção executiva é de João Elias, fundador da companhia.

Em cena, os bailarinos cobrem-se de lama, numa alusão às paisagens que o poema descreve, e os seus passos evocam os caranguejos. O animal que vive no mangue está nas ideias do geógrafo Josué de Castro (1908-1973), autor de “Geografia da Fome e Homens e Caranguejos”, e do cantor e compositor Chico Science (1966-1997), principal nome do mangue beat. O movimento mescla regional e universal, tradição e tecnologia. Como Deborah faz.

Para construir um bicho-homem, conceito que é base de toda a coreografia, a artista não se baseou apenas em manifestações que são fortes em Pernambuco, como maracatu e coco. Também se valeu de samba, jongo, kuduro e outras danças populares.

“A minha história é uma história de misturas”, conta Colker que foi a diretora de movimento da cerimónia de abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro. ■

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