Marcelo Rebelo de Sousa “reeleito” pela comunidade portuguesa no Brasil

Nestas eleições, foram ultrapassados no Brasil os números da eleição de 2016

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Em Brasília, o primeiro lugar ficou com Marcelo Rebelo de Sousa, seguido de Ana Gomes
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A comunidade portuguesa no Brasil deu um novo voto de confiança a Marcelo Rebelo de Sousa. O presidente, agora reeleito, recebeu 74,18% dos votos. Em segundo lugar, ficou André Ventura, com 10,40%. A diferença de votos entre Marcelo (2.155 votos) e Ventura (302 votos) foi de 1.853 votos. As eleições presidenciais portuguesas ocorreram em dez consulados de Portugal no Brasil, além de consulados honorários, entre os dias 23 e 24 de janeiro.

Ana Gomes ficou em terceiro lugar (6,99% – 203 votos); em quarto, Marisa Matias (3,13% – 91 votos). Em seguida, na apuração final, estão Tiago Mayan Gonçalves (2,75% – 80 votos), João Ferreira (2,10% – 61 votos) e Vitorino Silva (0,45% – 13 votos).

Os votos em branco chegaram a 0,07% (2 votos) e os nulos a 0,65% (19 votos). Apenas 2.926 votantes (1,17%), dos 250.400 inscritos em todo o Brasil, compareceram às urnas. Porém, e segundo apurámos, nestas eleições, foram ultrapassados no Brasil os números da eleição de 2016, que registou 2.570 votantes, contra 2.926 votantes este ano.

Preferência por Marcelo e Ventura como “alternativa”

No consulado português em Belém do Pará, Marcelo Rebelo de Sousa ficou em primeiro lugar com 79,60% dos votos e André Ventura ficou em segundo com 11,59%. Dos 7.871 inscritos, houve 404 votantes.

Marcelo Rebelo de Sousa ficou em primeiro lugar também em Belo Horizonte com 75% dos votos, a frente de André Ventura, que acumulou, no segundo lugar, 11,76%. Dos 5.106 inscritos, apenas 68 pessoas votaram.

Em Brasília, o primeiro lugar ficou com Marcelo Rebelo de Sousa que contou com 72,06% dos votos e, em segundo lugar, ficou Ana Gomes, com 10,78% dos votos. Dos 5.247 inscritos, 205 votantes compareceram às mesas de voto na capital brasileira.

Foi em Curitiba que Marcelo Rebelo de Sousa obteve o melhor resultado ao conquistar 85,48% dos votos, ficando em primeiro lugar. Em segunda lugar, ficou André Ventura com 6,45% dos votos. Dos 9.167 inscritos, somente 124 pessoas decidiram votar.

Em Fortaleza, o cenário favorável a Marcelo Rebelo de Sousa manteve-se. O candidato, e agora presidente reeleito, somou 68,75% dos votos, enquanto que André Ventura, em segundo lugar, conquistou 16,67% dos votos. Dos 1.623 inscritos, houve 98 votantes.

Em Porto Alegre, Marcelo, primeiro colocado, recebeu 47,92% dos votos. André Ventura, em segundo, chegou aos 16,67%. Somente 48 votantes compareceram às urnas. No total, havia 2.431 inscritos.

No Recife, Marcelo também foi o preferido do eleitorado com 77,78% dos votos. Em segundo lugar, figurou Ventura, com 12,96% dos votos. Foram contabilizados 108 votantes, dos 4.301 inscritos.

No Rio de Janeiro, Marcelo venceu com 67,21% dos votos e Ventura obteve 11,53%, ficando em segundo lugar. Um total de 618 votantes, num universo de 75.319 inscritos, decidiram votar.

A comunidade portuguesa em São Paulo registou a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa com 76,47% dos votos. Ventura ficou em segundo com 8,78% dos votos. 1.216 votantes, dos 136.957 inscritos, participarem no pleito.

Em Salvador, houve empate no segundo mais votado. Marcelo ficou em primeiro lugar com 67,57% dos votos, mas o segundo lugar ficou dividido entre Tiago Mayan Gonçalves e André Ventura, ambos com 10,81% dos votos (quatro votos cada). Mesmo assim, no resultado oficial, Tiago Gonçalves foi o segundo colocado nessas eleições na capital baiana, que contaram com 37 votantes dos 2.378 inscritos.

Comunidade e autoridades luso-brasileiras celebram ato eleitoral nas redes sociais

No perfil da Embaixada de Portugal no Brasil numa rede social, Luís Faro Ramos, embaixador de Portugal nesse país sul-americano, destacou o “sucesso” da votação no seio da comunidade luso-brasileira, apesar do cenário negativo criado pela Covid-19.

“Agora que é conhecido o presidente de todos os portugueses para os próximos cinco anos, gostaria de partilhar convosco três observações. A primeira é a enorme satisfação com que constatamos que o ato eleitoral decorreu no Brasil com toda a normalidade e civismo. A segunda é que, mesmo nestes tempos difíceis de saúde pública que vivemos, os nossos compatriotas não se furtaram a deslocar-se aos locais de voto, demonstrando que votar era seguro. Quero neste particular salientar o estado do Amazonas, onde a pandemia se faz sentir com particular virulência. Para lá, envio um agradecimento especial a todos, incluindo os que asseguraram o normal funcionamento das mesas de voto. A terceira é de regozijo pelo facto de nestas eleições terem sido ultrapassados os números da eleição de 2016. Em diversos Estados, o número de votantes subiu significativamente e, nos poucos Estados onde os números diminuíram, esse decréscimo foi quase sempre residual e, provavelmente, influenciado pelas dificuldades impostas decorrentes da pandemia”, afirmou este diplomata.

Por seu turno, o Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro agradeceu “a todas e a todos os muitos eleitores que confiaram em nós e vieram, ao longo dos últimos dois dias, exercer em segurança o seu direito de voto. Graças a todos eles, a votação total no Rio de Janeiro quase que triplicou face às Presidenciais de 2016”.

“Somos igualmente gratos pela disponibilidade de todos os componentes das duas mesas de voto que, com rigor e profissionalismo, cumpriram com afinco a sua missão. Por fim, o nosso muito obrigado ao Santuário do Cristo Redentor que acedeu a celebrar o final deste importante ato eleitoral vestindo o Cristo com as cores nacionais de Portugal”, disse o consulado no Rio.

“contexto sanitário extremamente delicado”

Eleito pelo círculo de fora da Europa, o deputado José Cesário acredita que a participação da comunidade portuguesa no Brasil deve ser vista positivamente.

“Considero muito positivo o crescimento do número de votantes nestas eleições presidenciais relativamente às de 2016 no Brasil. Friso bem a importância deste crescimento num contexto sanitário extremamente delicado, com muitas pessoas impossibilitadas de votar devido à sua idade ou a outros fatores. Tratou-se também de umas eleições em que praticamente não existiram ações de campanha capazes de mobilizarem as pessoas para uma maior participação”, comentou Cesário, que ressaltou ainda que, em relação aos resultados, destaca “os mais de 74% obtidos por Marcelo Rebelo de Sousa, que aumentou significativamente o número de votos que registou há cinco anos”.

“A sua popularidade e o trabalho moderador realizado foi assim reconhecido pelos portugueses residentes no Brasil de uma forma ainda mais evidente do que no território nacional”, defendeu este responsável.

Em nota divulgada pelo deputado Paulo Porto, também eleito pelo círculo de fora da Europa, em conjunto com o deputado Paulo Pisco, eleito pelo círculo europeu, pode-se ler que “cerca de 28 mil portugueses residentes no estrangeiro participaram nas eleições presidenciais, num contexto muito adverso por causa dos condicionamentos provocados pela pandemia em todo o mundo” e que, “devido à instituição do recenseamento automático, que fez aumentar o universo eleitoral de cerca de 320 mil eleitores para mais de um milhão e quatrocentos mil, este foi o valor mais elevado de participação em eleições para o Presidente da República, não obstante ter também aumentado a abstenção, o que obviamente constitui uma preocupação”.

Estes dois deputados disseram ainda que Marcelo Rebelo de Sousa teve uma “expressiva reeleição, bem como o importante resultado obtido pela candidata Ana Gomes, fundamental para a defesa dos valores democráticos em Portugal” e se mostraram satisfeitos com “os candidatos que democraticamente participaram com as suas ideias nestas eleições e que, particularmente, mostraram preocupação com os portugueses residentes no estrangeiro”.

Porém, Porto e Pisco lamentaram que “muitos eleitores não tenham podido votar, seja por falta de informação, por causa das distâncias, ou por outras razões, o que originou manifestações de frustração e desapontamento compreensíveis por parte de muitos portugueses residentes no estrangeiro”.

A fadista portuguesa Maria Alcina, radicada há mais de 60 anos no Rio de Janeiro, ressaltou, em mensagem veiculada na Internet, que, “depois de muitos meses sem sair de casa, nesta manhã de domingo, fui cumprir o meu dever cívico e votar”.

Alcídio Morgado, presidente da Casa de Viseu do Rio de Janeiro, utilizou o seu perfil numa rede social para dizer: “cumprindo o nosso dever cívico!”. ■

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