“Urge reforçar os laços com os países da CPLP”

Mário João Guterres, candidato pelo círculo de Fora da Europa pelo partido Nova Direita

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Aos 43 anos, o engenheiro Mário João Guterres é candidato pela Nova Direita pelo Círculo Fora da Europa e apresenta uma perspetiva global para Portugal: estreitar os laços de cooperação com todos os países que falam português e criar um Banco Comum de investimento para facilitar as transações em prol dos portugueses e das empresas lusas no mundo.

“Para o Nova Direita urge reforçar os laços com os países da CPLP”, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, defendeu, justificando a aposta de se recentrar a política externa portuguesa.

“Nas últimas décadas, provavelmente consequência da nossa adesão à CEE, parece que nos focámos muito em países europeus, esquecendo a nossa ligação natural aos países com quem partilhamos 500 anos de história e onde temos vastas comunidades portuguesas. É a promoção do reforço destes laços que me leva a ser candidato”, pois Guterres tem um objetivo: “mostrar ao povo português o porquê de ser essencial voltar a olhar para os países da CPLP, não esquecendo ainda a África do Sul, Venezuela, Macau ou Austrália”.

Recorrendo à sua experiência de Gestor de Empresas privadas ligadas à construção e manutenção no setor petrolífero, o especialista em manutenção industrial Mário João Guterres quer apostar na lusofonia para ver materializado a ideia diferente de ligar com a diáspora e com as empresas portuguesas fora da Europa.

Por isso, olha para quatro áreas fundamentais que acredita serem urgentes atuar para reforçar essa relação lusófona assente no multilateralismo: a cooperação económica e tecnológica, política e militar.

E explica o eventual impacto da apostar nessas áreas entrecruzadas.

“Naturalmente, com melhores relações diplomáticas, consegue-se garantir melhor integração para os portugueses residentes nestes países, seja por exemplo pelo acesso à criação de negócios ou nas atribuições de vistos de residência”, afirmou.

E aponta aquela que acredita ser  “uma medida com grande impacto” proposta pelo Nova Direita: a Criação de um Banco Comum de investimento que permita o financiamento de operações no estrangeiro, facilitar as transferências internacionais de empresas portuguesas nos estrangeiro e envios de remessas particulares para Portugal.

Nascido em Lisboa, Mário João Guterres é descendente de famílias do Fundão e de Sintra, onde estudou até ao ensino secundário, tendo feito a licenciatura capital portuguesa.

Conhecedor da realidade sociopolítica de países africanos lusófonos, o candidato da Nova Direita Fora da Europa vê vantagens na reaproximação de Portugal com os países que falam português.

“No campo financeiro proponho ainda incentivos fiscais para atrair investimento dos emigrantes em Portugal. É essencial melhorar o suporte à Diáspora, mas também queremos que a Diáspora encontre em Portugal vantagens no momento de investir”, afirmou.

Questionado sobre como a comunidade portuguesa residente fora do continente europeu será impactada caso seja eleito, o candidato da Nova Direita avança com algumas ideias.

A primeira, é uma proposta que assenta na “divisão dos círculos eleitorais fora da Europa em três círculos – três deputados, para melhor cobertura e acompanhamento da vasta comunidade existente fora da Europa”

Mas reconhece a complexidade da proposta.

“Naturalmente que esta medida tem de ser acompanhada pela permanente dos cadernos eleitorais, algo que tem falhado consecutivamente nos últimos governos”, frisou.

A segunda ideia passa pelos direitos de acesso aos serviços de saúde.

“No que respeita à limitação do acesso ao Sistema Nacional de Saúde português aos residentes é para nós um absurdo. Qualquer cidadão português vai manter os seus direitos, independentemente do seu local de residência”, disse.

Há uma base para estas afirmações. É que desde 2009 que Guterres faz viagens profissionais para fora de Portugal, grande parte para países da CPLP, onde não só nestas viagens sente a afinidade com as populações locais, como também se sente em casa no Mindelo [Cabo Verde], Luanda [Angola) ou Maputo e Beira [Moçambique], onde existe uma forte presença portuguesa.

“Começarei por trabalhar na facilitação de acesso dos portugueses aos serviços consulares em todos os países onde haja uma comunidade portuguesa. Em países de grande dimensão ou formados por arquipélagos, como o Brasil e Cabo Verde, é essencial tornar mais fácil e mais barato o acesso aos serviços consular, seja por reforçar a rede de postos ou pela desmaterialização dos procedimentos consulares. O nível de atendimento tem de melhorar o suficiente para que eventuais redes de facilitação de acesso aos serviços deixem de fazer sentido. Também neste campo, será criado um centro de atendimento telefónico exclusivo para a Diáspora”, prometeu.

A realização de um trabalho no campo diplomático em países onde as comunidades portuguesas estão mais expostas a riscos de segurança, como por exemplo a África do Sul ou Venezuela, para a criação de meios de segurança dedicados a estas comunidades, também é outra aposta do candidato da Nova Direita Fora da Europa.

Para Guterres, as áreas de educação e cultura “são essências” para o Nova Direita. Por isso, adianta, “começar-se-á por realizar um cadastro completo e atualizado das associações culturais e escolas de língua portuguesa, para que posteriormente se possa realizar um plano de investimento condicente com o respetivo potencial de impacte na sociedade portuguesa ou lusodescente local”.

Tudo com único objetivo: A adoção do ensino universal da língua portuguesa para os luso-descendentes.

Este “deverá ser gratuito” e defende que pretende lutar para tal usando a perseverança de atleta federado de ciclismo e como praticante de tiro desportivo. Mas desta vez para alvo diferente e não para benefício próprio, mas para a diáspora portuguesa. ■

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