Tragédia no Rio Grande do Sul mobiliza brasileiros em Portugal

Doações estão a ser recolhidas em Portugal; vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre ressalta solidariedade no Rio Grande do Sul, Brasil

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Ajuda luso-brasileira em Braga
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Um grupo de brasileiros residentes em Braga, no Norte de Portugal, juntou-se num grupo chamado “Piquete Querência da Saudade”, para promover um apelo à comunidade minhota e portuguesa em geral para ajudar os seus conterrâneos, que sofrem por causa das inundações ocorridas após fortes chuvas no Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.

“Estamos longe, e a sensação de impotência é grande, mas há formas de ajudar mesmo à distância. Sabemos que há milhares de brasileiros em Portugal que podem se solidarizar. Também pedimos a ajuda do povo português que tanto sofreu em momentos de necessidade, e pode contribuir para amenizar a dor de tantas famílias neste difícil momento”, afirmou Thomaz Araújo, de 39 anos de idade, um dos integrantes do grupo e um dos organizadores desta ação solidária.

Segundo apurámos, neste momento, os pedidos mais urgentes são por água potável, colchões e roupas de cama, artigos de limpeza e higiene pessoal, além de medicamentos, fraldas, casacos e calçados para inverno, pois há uma onda de frio que começa a chegar na zona, a mais fria de todo o país.

O grupo de brasileiros em Braga tem apoiado ações que consideram idôneas e que têm prestação de contas publicada em tempo real pelas redes sociais. Um deles é o Aeroclube de Garibaldi, que conta com aviões e helicópteros no resgate de pessoas e animais.

“Estamos coordenando a ação de 20 helicópteros e dez aviões, além de outros a caminho para transportar doações de outros Estados, tudo graças à generosidade da iniciativa privada. Conseguimos acessar locais isolados, e levamos medicamentos, alimentos e roupas. Também fazemos a remoção de pessoas que estão em área de risco, transporte de médicos e de bombeiros para verificar onde há pessoas que precisam ser salvas”, relatou Renato Sanson, um dos pilotos voluntários.

Para ajudar nesta ação, os valores em euro podem ser depositados através de uma conta na Alemanha: Correspondent Bank – Commerzbank AG – Frankfurt – Swift COBADEFF. Beneficiary Bank – Banco Cooperativo Sicredi – Porto Alegre/RS Account number: 400871896700EUR / Swift: BCSIBRRS.

Outro grupo de apoio e que tem o foco no abastecimento de comida e bens essenciais é o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, instituição sem fins lucrativos que recebe e distribui alimentos para as famílias atingidas. Os donativos podem ser feitos por transferência internacional para o Banco Santander, Agência 1001, Conta Corrente 13.000.284-4, SWIFT BSCHBRSPXXX, IBAN-BR BR0590400888010010130002844C1. A entidade recebe donativos também através da aquisição de alimentos e cestas básicas pela plataforma Doe Alimentos, com o uso de cartão de crédito. Quem possui conta bancária no Brasil, também pode doar via PIX. No caso do Aeroclube de Garibaldi, a chave PIX é 87858973000144, já para o Banco de Alimentos a chave PIX é 04580781000191.

Quem preferir dar apoio de forma direta ao governo do estado também pode fazê-lo através do site SOS Enchentes que têm meios de receber doações internacionais, pela conta Banco Standard Chartered – Frankfurt, Swift: SCBLDEFX, Conta: 007358304, Banco beneficiário: Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A – Head office, Swift: BRGSBRRS. Beneficiário: Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul. CNPJ: 92.958.800/0001-38, Iban: BR5392702067001000645423206C1.

De acordo com o último boletim da Defesa Civil estadual do Rio Grande do Sul, divulgado neste sábado, dia 11 de maio, a chuva já causou 136 mortes. O número de vítimas também aumentou, com 756 feridos e 125 desaparecidos. Há milhares de pessoas desalojada e em abrigos, além de muitos desaparecidos.

Recorde-se que as fortes chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul, último estado a Sul no mapa do Brasil, deixou um rastro de destruição e afetou 401 dos 497 municípios do Estado. O desastre climático ainda afetou o fornecimento de água tratada e de energia elétrica em milhares de moradias e comércios. A chuva elevou as águas do Rio Guaíba ao maior nível já registado na história.

Com um verdadeiro cenário de guerra, o povo gaúcho, como são conhecidos os cidadãos naturais do Rio Grande do Sul, tenta se reerguer.

“Para isso, todo tipo de ajuda é bem-vinda, e o país inteiro têm se unido para apoiar como pode. Entretanto, outros países também têm demonstrado apoio, como é o caso de Portugal”, afirmaram os responsáveis pelas ações em Braga.

Ainda não há data para o envio dos donativos ao Brasil.

A nossa reportagem conversou também com Filipa Mendonça, vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, que explicou que, “infelizmente, nesta situação de calamidade pública decretada no Estado, temos que aguardar com muita calma o desenrolar dos acontecimentos”.

“Até ao momento ainda não conseguimos reabrir as nossas atividades normais, o que me preocupa. As previsões climatéricas para os próximos dias também não ajudam a que se consiga retomar de imediato. No seio da comunidade portuguesa vamos nos mantendo em contacto e, até ao momento, apenas a lamentar a perda de bens materiais”, afirmou esta responsável, que sublinhou que “o espírito de solidariedade do povo gaúcho é louvável e ímpar, no entanto, há a registar que existem regras e condutas próprias a seguir, e há que se respeitar a integridade das instituições”. ■

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