Trabalhadores do MNE no Brasil iniciam greve por salários em euros

“Estamos dispostos a continuar a greve pelo tempo que for preciso”; categoria considera-se “marginalizada” e reivindica equiparação salarial

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Protestos poderão continuar até dia 27 de março
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Os trabalhadores do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Portugal no Brasil, por meio do Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE), retomaram a greve na segunda-feira (3), que foi iniciada em 11 de fevereiro. Os protestos serão interrompidos todas as sextas-feiras em março e a partir daí vão continuar nos mesmos dias da semana até 26, com retomadas de 03 a 06, de 10 a 13, de 17 a 20 e de 24 a 26 de março.

Os trabalhadores afirmam sentirem-se “discriminados por não terem os seus salários fixados em euros” e, segundo o comunicado divulgado pelo STCDE, “as remunerações foram congeladas ao câmbio de 1 euro por 2,638 Reais, câmbio fictício, mas conveniente para o MNE, sendo que à data do envio do aviso prévio de greve o câmbio era de 6,0127 reais para 1 euro. Não houve reposição da tabela salarial destes trabalhadores para euros, recebendo atualmente menos de metade do que lhes é devido”.

Segundo apurámos, a “categoria luta desde 2013 pelo direito ao pagamento do salário em euros”. A remuneração da categoria é a metade do que ela tem direito.

A secretária-geral do STCDE, Rosa Teixeira, havia expressado a insatisfação da categoria sobre a “compensação de uma depreciação monetária acumulada” e não a reposição que hoje lhes interessa, “a reposição da tabela em euros”.

No início da greve em fevereiro, o sindicato expôs o sentimento dos trabalhadores ao afirmar que eles “continuam a ser marginalizados e vítimas num segundo plano, já que não podem beneficiar do mecanismo que acautela as variações cambiais, à semelhança de todos os restantes trabalhadores ao serviço do Estado, e não somente do MNE, no estrangeiro”.

O sindicato também expressou que a reivindicação enfrentava “11 anos de promessas de resolução não cumpridas, existindo situações pessoais de grande precariedade, sendo urgente colocar um ponto final no apartheid salarial com a reposição da igualdade de tratamento”.

Solução diplomática

Fonte do grupo de trabalhadores do MNE de Portugal no Brasil disse à nossa reportagem que o sentimento geral é de que “estamos todos muito esperançosos de que esta situação se resolva de uma forma diplomática”.

Porém, esta mesma fonte frisou que os trabalhadores consulares “estão dispostos a continuar a greve pelo tempo que for preciso”.

“A gente realmente chegou num ponto que não dá para ficar mais brincando, afinal de contas, são 12 anos sofrendo essa injustiça criada”, mencionou este mesmo trabalhador, que preferiu não se identificar.

Ainda de acordo com a nossa apuração, serviços como emissão de passaporte e cartão de cidadão, entre outros, estão a ser prejudicados com a paralisação. ■

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