Terramoto abalou Portugal durante a madrugada

Tremores foram sentidos em várias zonas do país

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Autoridades portuguesas pedem “serenidade” à população
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O sismo que abalou Portugal esta madrugada teve uma intensidade máxima de IV/V na escala de Mercalli, ou seja, graus entre moderada a forte, e já teve quatro réplica, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Tremores tiveram epicentro na costa de Setúbal, a 40 km de Lisboa, e com profundidade baixa, de 17,5 km. Moradores da capital portuguesa e do Porto relataram ter sentido terramoto, um dos piores em décadas no país. Não há registo de vítimas e danos, até o momento.

Além de Lisboa, o terramoto também foi sentido no Porto e em várias outras regiões por todo o país europeu, que, no século XVIII, foi atingido por um megaterramoto que é um dos maiores já registados na história. O governo luso disse que não havia registado um tremor tão forte desde 1969.

A agência de proteção civil de Lisboa afirmou ter recebido centenas de chamadas pedindo orientação, mas não há, para já, relatos de danos ou vítimas no país. Também não houve alertas de tsunami.

“Até ao momento foram registadas quatro réplicas de pequena magnitude, não tendo nenhuma delas sido sentida pela população”, referiu o IPMA em comunicado, acrescentando que o sismo de magnitude de 5,3 na escala de Richter foi registado às 05:11 nas estações da Rede Sísmica do continente, com epicentro a cerca de 60 quilómetros a Oeste de Sines.

“Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV/V (escala de Mercalli modificada) na região de Sines, tendo sido sentido com menor intensidade na região de Setúbal e Lisboa”, comentou o IPMA.

Um sismo com intensidade IV, considerada moderada, tem uma “vibração semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada duma bola pesada nas paredes”, também há casos em que os “carros estacionados balançam”, as janelas, portas e loiças tremem, segundo o IPMA.

“Os vidros e loiças chocam ou tilintam. Na parte superior deste grau as paredes e as estruturas de madeira rangem”, acrescentou o IPMA.

Com intensidade V, considerada forte, os efeitos podem sentir-se fora de casa, caso ocorra durante a noite pode acordar as pessoas, “os líquidos oscilam e alguns extravasam”, explicou esta entidade.

“Pequenos objetos em equilíbrio instável deslocam-se ou são derrubados. As portas oscilam, fecham-se ou abrem-se. Os estores e os quadros movem-se. Os pêndulos dos relógios param ou iniciam ou alteram o seu estado de oscilação” quando de regista uma intensidade de V.

As réplicas tiveram magnitudes de 1,2, 1,1, 0,9 e 1,0.

Depois do ocorrido, e ao longo desta segunda-feira, o governo português apelou à população que mantenha “serenidade”.

O presidente da República de Portugal apelou, por sua vez, a um debate sobre a proteção sísmica na “construção de grandes obras públicas”, considerando que é possível “aprender-se mais” sobre a resposta aos sismos.

Em declarações aos jornalistas após um encontro com Paulo Rangel, primeiro-ministro português em funções durante a ausência de Luís Montenegro, no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou depois de fazer um balanço dos efeitos do sismo, deve seguir-se um debate “sobre a construção de obras públicas” e que é possível “aprender-se mais” na resposta a estes fenómenos.

O chefe de Estado português disse que “genericamente há precauções” para a prevenção de sismos, mas “ainda há processos que arrancaram antes, ou há mais tempo, e foram sendo adiados” ao nível da proteção sísmica nas obras públicas.

O presidente defendeu a importância de ações de prevenção nas escolas, nos estabelecimentos públicos, referindo que “provavelmente haverá que alargar aquilo que se tem feito para sensibilizar a opinião pública, a começar nos mais novos, para o facto de que nós estamos numa área sísmica.

“É um risco, que é um risco que não é exatamente o que era há uns anos, mas que é um risco que existe”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Já o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, agradeceu a prontidão da Proteção Civil e das autoridades no acompanhamento do sismo e destacou “a serenidade da reação do povo português”.

“Agradeço a prontidão da Proteção Civil e autoridades no acompanhamento do sismo ocorrido ao largo de Sines. Realço a serenidade da reação do povo português. Sem alarmismos, continuaremos a trabalhar na prevenção e capacidade de reação para garantir a segurança de todos”, escreveu Luís Montenegro, numa reação divulgada na rede social X.

Paulo Rangel considerou que o sismo foi um teste real às capacidades de resposta no caso de uma catástrofe, destacando também a necessidade de se falar em estratégias de prevenção. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro em exercício considerou que o abalo sísmico permitiu verificar como os “meios estão ou não em prontidão”. ■

Agência Incomparáveis, com Lusa e agências internacionais

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