A terceira temporada do Som no Coreto segue com sua programação no mês de maio com as atuações de dois grandes cantautores brasileiros: no dia 11, quem se apresenta é Pedro Luís, fundador de Pedro Luis e a Parede e do Monobloco (um dos maiores blocos de Carnaval do Brasil). No dia 14, é a vez de Domenico Lancellotti, um dos fundadores da Orquestra Imperial. Ambos farão concertos em formato voz e violão, de acordo com a proposta intimista do Som no Coreto, projeto idealizado por Bernardo Lobo que recebe artistas duas vezes ao mês no aconchegante espaço no Restelo, com petiscos saborosos e bom vinho também incluídos no valor do bilhete que deve ser reservado pelo e-mail somnocoreto@gmail.com
SOBRE PEDRO LUÍS E O CONCERTO:
No palco, o compositor carioca vai mostrar a pluralidade de seu cancioneiro autoral, que passeia por diversas matizes da música popular brasileira e abarca influências latinas, africanas e européias. Irá reunir canções suas que fizeram sucesso na voz de outros artistas e também aquelas que, compostas por grandes autores, exponenciaram-se na sua voz. O Mundo, de André Abujamra, Disritmia de Martinho da Vila e o medley de Luiz Melodia Estácio, Eu e Você, Pérola Negra e Magrelinha ganham novos arranjos e vigorosa interpretação de Pedro Luís. Os clássicos autorais como Caio no Suingue, Noite Severina, Fazê o Quê, Miséria no Japão e 4 Horizontes garantem ao show o que há de mais identitário em Pedro Luís: a multiplicidade de estilos e as multifacetas sonoras. Deus Há de Ser (Elza Soares), Girando na Renda e Braseiro (Roberta Sá), Tudo Vale a Pena (Fernanda Abreu), Girassol (Cidade Negra), Tem Juízo Mas Não Usa (Mart’nália) e Miséria SA (O Rappa) são canções autorais que também integram o repertório. E ainda há espaço para as recém lançadas no projeto Macro Se Eu Merecer e Faz um Carnaval Comigo. “Neste novo formato, reuno canções próprias, com ou sem parceiros e também canções de autores que admiro. Músicas que fazem parte da minha trajetória como autor e como intérprete” adianta Pedro Luís.
Pedro Luís é um raro artista auto-suficiente, multifacetado e agregador: canta, compõe, escreve, toca, arranja, produz e dirige. Pisou no mundo artístico com a trupe de Asdrúbal Trouxe o Trombone, ainda na década de 80. Daí para frente, foi punk no grupo Urge, criou a sonoridade original da banda Pedro Luís e a Parede com quem fundou também o Monobloco – um dos maiores blocos de carnaval do país – e já foi gravado por artistas como Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Lenine e Adriana Calcanhotto, entre outros. Em 2011 lançou seu primeiro CD solo, “Tempo de Menino” e excursionou pelo Brasil e exterior participando do Rock in Rio Lisboa e do Brazilian Film Festival Toronto. Em 2014, registrou o DVD “Aposto”, com repertório autoral conhecido pelo grande público através de outros intérpretes, gravado no ateliê do artista plástico e cenógrafo Sergio Marimba. Em 2019, Pedro Luís ganha documentário sobre sua vida e obra: “O Astronauta Tupy” ,dirigido por Pedro Bronz, e produzido pela TvZERO. Em 2020 o projeto ganhou desdobramentos através dos lançamentos do single “Feto, Poeta do Morro”, música inédita de Luiz Melodia, censurada na ditadura militar, nunca antes gravada por ele ou por terceiros; no clipe Passarinho Viu, com participação especial de Jane Reis – viúva de Melodia; e no show Inhotim em Cena, gravado no teto da Cosmococa por Pedro Luís, banda e Orquestra de Câmara Inhotim.
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SOBRE DOMENICO LANCELLOTTI E O CONCERTO:
No repertório do concerto intimista em formato voz e vilão Domênico Lancellotti vai apresentar canções dos seus três álbuns “Imã / +2 ” (2009), “The good is a big God” (2018) e “Raio” (2021), como Vai a serpente, Alma do Vento , Como vês e Borboleta, além de canções inéditas ainda não conhecidas do público.
Músico multi-instrumentista, cantor, compositor, performer, produtor e artista plástico, Domenico Lancellotti é referência máxima da música popular brasileira contemporânea. O carioca de ascendência italiana formou, nos anos 90, uma banda de rock experimental, “Mulheres Que Dizem Sim”, tendo ainda nesse período começado a trabalhar com Moreno Veloso e com Alexandre Kassin no projecto “+ 2”. Foi um dos fundadores da Orquestra Imperial e integrou ainda os projectos “Os Ritmistas” (com com Stephane San Juan, Dany Roland e Zero Telles), “Vamos estar fazendo” (com Pedro Sá), e “Meia Banda” (com Bruno di Lullo). Como músico, compositor e produtor colaborou com os músicos Adriana Calcanhotto, Caetano Veloso, Arto Lyndsay, Gilberto Gil, Moreno Veloso, Gal Costa e Chrissie Hynde, entre outros. Na área do teatro, dança e instalações de arte compôs bandas sonoras para nomes como Lucia Koch, Christiane Jathay, Domingos de Oliveira, Shelpa Ferro e Grupo Corpo. Depois de Cine Privê (2011) e Serra dos Órgãos (2017), lançou Raio (2021), disco gravado entre o Rio de Janeiro e Lisboa, explorando as raízes da música popular brasileira e a rítmica da eletrónica sob o “sentimento de reconstrução e renascimento”, como indica o artista.
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SOBRE O SOM NO CORETO
O Som no Coreto já é o um dos mais concorridos projetos de concertos intimistas de Lisboa. Com a curadoria do cantor e compositor brasilero Bernardo Lobo, o projeto faz uma ponte entre os músicos de diversas nacionalidades a fim de promover uma troca e partilhar experências musicais . Por lá já passaram Ivan Lins, João Ventura, Roberta Sá, Fred Martins, Rolando Semedo, Diego Figueiredo, Celeste Caramanna, Antônio Villeroy, Camila Masiso, Diogo Guanabara, Marco Oliveira, Marília Schanuel, Diogo Duque e Daniel Jobim.
O Som no Coreto nasceu durante a pandemia. “Foi quando percebi que eu tinha um espaço ideal para estes encontros musicais, que é ao ar livre, em segurança e um coreto naturalmente envolvido por lindas flores e plantas que é o nosso palco, explica Bernardo. E é neste cenário bonito e aconchegante da sua casa, no Restelo, que Bernardo Lobo recebe inusitados encontros musicais nos finais de tarde. Neste ambiente, além de mostrarem sua música, os artistas contam um pouco de suas histórias, de forma leve e descontraída. “É um clima caseiro, em que as crianças também são bem vindas – Tem pula-pula, tem cachorro, e a ideia é que todos fiquem à vontade no quintal”, conclui o anfitrião.
Bernardo Lobo, o responsável pelo Som no Coreto, é compositor, cantor e violonista e nasceu numa família de artistas: filho de um dos grandes nomes da MPB, Edu Lobo, e Wanda Sá. Tem 25 anos de carreira e seis discos editados, e assina parcerias com artistas de renome, tais como Seu Jorge e Marcos Valle. Para além de promover o bate papo com os artistas, sempre nos brinda com sua participação nos concertos dos seus artistas convidados para o Som no Coreto.
A estreia da nova temporada do Som no Coreto aconteceu no mês passado e uniu as sonoridades do Brasil e de Cabo Verde, representados por Fred Martins e Rolando Semedo, ambos radicados em Lisboa, e com um concerto do cantautor brasileiro Antônio Vileroy, que estava de passagem por Lisboa por conta de sua atual digressão pela Europa. ∎