O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participou num almoço com o rei Felipe VI, da Espanha, no Palácio Real de Madrid, no último dia 26 de abril. Durante este encontro, Lula afirmou que o Brasil “partilha da urgência de agir para proteger o meio ambiente e combater as mudanças climáticas” e defendeu que este “também é momento para recolocar como prioridade, no centro da agenda internacional, a erradicação da fome e da pobreza”.
“Não haverá sustentabilidade sem justiça social”, frisou Lula.
Antes da refeição, o presidente do Brasil e o monarca espanhol fizeram rápidos discursos. Lula reforçou a intenção de reconduzir o Brasil ao papel de protagonista no cenário geopolítico internacional, saudou a presença espanhola no Brasil em múltiplos setores, que fazem do país ibérico o segundo maior investidor estrangeiro naquele país sul-americano.
“Estão sediadas no nosso país mais de mil empresas espanholas, nos mais diversos setores, como finanças, telecomunicações, construção civil, infraestrutura e turismo”, listou Lula, que recordou que vivem atualmente na Espanha cerca de 165 mil brasileiros e que os dois países partilham valores fundamentais, como a proteção aos direitos humanos, a promoção de políticas de inclusão social e o combate a todas as formas de discriminação. Citou, ainda, o comprometimento com o desenvolvimento sustentável e a transição energética.
Lula enfatizou que não há sustentabilidade possível num mundo em guerra, e por isso voltou a abordar a necessidade de mobilizar um grupo de países para buscar caminhos para a paz entre Ucrânia e Rússia.
“O Brasil condena a invasão da Ucrânia pela Rússia. Defendemos a Carta da ONU e o Direito Internacional, mas queremos abrir caminhos para o diálogo, e não obstruir as saídas que a diplomacia oferece. Sem o cessar-fogo não é possível avançar”, sentenciou o brasileiro.
Após saldar a amizade histórica entre Brasil e Espanha e reconhecer a disposição do Brasil como uma voz em torno da paz, o monarca espanhol relembrou o impacto na Espanha das imagens dos atos violentos contra a democracia brasileira em 8 de janeiro. Ele disse que se sentiu reconfortado ao ver a rápida reação das institucionais nacionais para restabelecer a normalidade e dar resposta firme aos acontecimentos.
Por sua vez, o rei espanhol lembrou, ainda, que a Espanha assume em 2023 o Conselho da União Europeia, e se colocou como aliado para que o acordo entre o bloco e o Mercosul seja, enfim, assinado.
“Seguimos de perto e apoiamos com decisão os esforços pela assinatura do acordo entre União Europeia e Mercosul. Numa civilização globalizada, buscar aberturas e regras deve ser a base de nosso desenvolvimento”, afirmou Felipe VI.
O rei também colocou-se como parceiro preferencial para as gestões necessárias no tema das mudanças climáticas e de transição energética. ■