Prefeitura do Rio de Janeiro auxilia na ampliação do Estádio Luso-Brasileiro

Estruturas das bancadas e da cobertura da instalação desportiva que serviu às olimpíadas e paraolimpíadas na cidade maravilhosa vai triplicar a capacidade de público do Estádio da Portuguesa

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A Associação Atlética Portuguesa foi fundada a 17 de dezembro de 1924
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A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, decidiu doar as estruturas das bancadas e da cobertura da Arena do Futuro, que foi palco das partidas de handebol e de goalball dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, para a Associação Atlética Portuguesa.

“Em continuidade ao Plano de Legado Olímpico, o clube da Ilha do Governador vai receber a estrutura metálica, a cobertura e o telhado da arena, que serão usados na expansão do Estádio Luso-Brasileiro, o que vai triplicar a capacidade de público”, destacou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Segundo informou o executivo municipal do Rio, “após a expansão, o estádio Luso-Brasileiro poderá receber jogos dos principais campeonatos nacionais e internacionais, todas as divisões do Brasileirão, Copa do Brasil, além da Taça Libertadores e Copa Sul-Americana”.

O anúncio desta decisão aconteceu no próprio estádio, com a presença da secretária de Infraestrutura, Jessick Trairi, e do presidente da Rio-Urbe, Rafael Salgueiro.

“Isto mostra como nós buscamos, nas Olimpíadas, economizar recursos públicos. A maioria dos estádios foi feita com dinheiro privado, mediante a venda do terreno do Parque Olímpico. Com dinheiro público, fizemos arenas provisórias, como se fossem um Lego, para serem desmontadas. Já estamos construindo quatro escolas municipais com o material dessas arenas. E, agora, permite que tenhamos aqui um estádio com 16 mil lugares. Para a Prefeitura, é um prazer fazer essa doação à Portuguesa”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.

A obra tem previsão de duração de até um ano e será custeada pelo clube da Ilha do Governador. Os blocos de concreto pré-moldados que formam as bancadas serão retirados pela Rio-Urbe e colocados à disposição da Portuguesa, responsável pelo transporte e montagem no estádio Luso-Brasileiro.

Com o aporte da estrutura da Arena do Futuro, o referido estádio terá a sua capacidade de público ampliada de 5.044 para 16 mil espectadores. O planeamento prevê a instalação de oito mil lugares no setor oposto à bancada social já existente, além da montagem de estrutura para mil adeptos atrás de cada baliza. A bancada social também será aumentada em mais dois mil lugares, com o deslocamento das cadeiras até próximo do banco de suplentes, como no formato das arenas mais modernas.

“Esta doação é um sonho, um presente antecipado pelos 100 anos da Portuguesa, que serão comemorados em 2024. Temos muita gratidão à Prefeitura do Rio por colocar esse legado olímpico aqui no clube. Estamos saindo de quase seis mil lugares para 16 mil. Isso propicia que a gente possa voltar a trazer os clubes grandes do Rio para jogar no nosso estádio, acabando com o problema da falta de um estádio alternativo na cidade, quando o Maracanã tiver que ser fechado para trocar o relvado ou por qualquer outro motivo”, destacou o presidente da Portuguesa, Marcelo Barros.

Estádio Luso-Brasileiro já foi utilizado por grandes clubes

Estádio Luso-Brasileiro

Recorde-se que o Estádio Luso-Brasileiro foi inaugurado em 1965. Em 2016, após acordo firmado com o clube da Ilha do Governador, o clube carioca Botafogo utilizou o local como a sua casa provisória, enquanto o Estádio Nilton Santos servia aos Jogos Olímpicos. Com o fim da parceria entre os clubes no fim daquele ano, o Flamengo fez um contrato com a Portuguesa para a utilização exclusiva do estádio por um período de três anos. No entanto, o vínculo foi rompido mais cedo, em julho de 2018.

Agremiação histórica

A Associação Atlética Portuguesa é uma agremiação desportiva da cidade do Rio de Janeiro, fundada a 17 de dezembro de 1924. A sua sede está localizada no bairro da Portuguesa, na Ilha do Governador, no Rio, que leva esse nome em homenagem ao clube e é proprietária do Estádio Luso-Brasileiro, sendo conhecida também fora do Estado do Rio de Janeiro como Portuguesa carioca.

Tem como principais títulos três conquistas do Campeonato Carioca da Segunda Divisão, em 1996, 2000 e 2003, além de duas Copa Rio, nos anos de 2000 e 2016, e como melhor campanha no Campeonato Carioca da Primeira Divisão a terceira colocação em 2021. A rubro-verde conta com títulos amigáveis de destaque, competição envolvendo equipas lusa e brasileiras de origem portuguesa, duas Copa Rubro-Verde, em 2018 e 2019.

Tem no currículo uma vitória sobre o Real Madrid por 2-1 em pleno Estádio Santiago Bernabéu, no dia 4 de setembro de 1969.

O goleador campeão mundial Vavá encerrou a sua carreira na Lusa em 1969.

“Legado olímpico”

Segundo apurámos, “uma das principais novidades introduzidas pelo Rio na realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos foi a arquitetura nómade. O conceito de utilização de estruturas temporárias, com posterior aproveitamento em novos projetos de infraestrutura, foi usado na Arena do Futuro, cujo material será transformado em quatro novas escolas, que já estão em construção em Rio das Pedras, Bangu, Santa Cruz e Campo Grande. O Complexo Aquático Olímpico também é um exemplo desta arquitetura e está em processo de remoção de diversas instalações e equipamentos”.

“A desmontagem da Arena do Futuro, que faz parte de uma arquitetura nómade, traz a possibilidade do aproveitamento dos materiais dessa construção em outros locais. Já aproveitamos uma parte nas escolas olímpicas e agora outra parte da estrutura metálica e a arquibancada vão ser aproveitadas aqui na Portuguesa. São quase três mil toneladas de estrutura metálica, além da cobertura e as vigas pré-moldadas”, comentou a secretária de Infraestrutura, Jessick Trairi.

A galeria técnica do Centro Internacional de Transmissão (IBC), utilizado pela imprensa no Parque Olímpico durante os Jogos, segue esse mesmo conceito e terá a estrutura metálica reaproveitada no Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que será erguido na região do Gasómetro, em frente à Rodoviária Novo Rio.

Em junho, a Prefeitura do Rio também assinou um termo com o Ministério da Cidadania para a retomada da gestão do Velódromo, que passará a abrigar todas as atividades desportivas realizadas atualmente na Arena 3, além de um museu olímpico. Construído para os Jogos, o equipamento abrigou as provas de ciclismo de velocidade.

Ainda segundo o projeto do legado olímpico, a Arena 3 será transformada num Ginásio Experimental Olímpico (GEO) e será administrada pela Prefeitura, com capacidade para receber 850 alunos em horário integral. ■

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