Uma das atrações internacionais confirmadas da segunda edição do Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu –, no Brasil, é Djaimilia Pereira de Almeida, que foi laureada com o Grande Prémio de Romance APE/DGLB. A premiação, concedida pela Associação Portuguesa de Escritores, dá-se em razão da sua publicação “Toda a ferida é uma beleza”. Djaimilia Pereira de Almeida é uma escritora portuguesa nascida em Luanda, Angola. É professora da New York University, NYU. Cresceu em Portugal, nos arredores de Lisboa.
Além de participar no segundo Fliparacatu, que se realiza entre os dias 28 de agosto e 1 de setembro, Djaimilia também é a convidada para participar do Sempre um Papo, projeto de incentivo à leitura idealizado por Afonso Borges, que também preside o festival literário. A sua participação será realizada nos dias 3 e 4 de setembro, no Sesc São Paulo.
O prémio tem um valor de 15 mil euros e contou, neste ano, com os patrocínios da DGLAB, da Câmara Municipal de Grândola, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Camões. No ano passado, a escritora Lídia Jorge foi laureada pelo romance “Misericórdia”.
O júri do prémio foi composto por Carina Infante do Carmo, Carlos Mendes de Sousa, Cândido Oliveira Martins, Cristina Robalo Cordeiro e Francisco Topa e coordenado por José Manuel de Vasconcelos.
A avaliação desses profissionais decidiu “privilegiar uma novela que faz da brevidade o lugar do mistério e da poesia: na contenção da sua escrita reside o essencial da estranheza de um mundo ao mesmo tempo ingênuo e cruel, infantil e adulto. E o leitor é levado, pelas palavras tanto quanto pelos desenhos, ao reino de uma fantasia impiedosa, além do real”, como consta na ata de divulgação do resultado da premiação.
“Toda a ferida é uma beleza”, livro editado pela editora Relógio d’Água em junho de 2023, é uma obra que acompanha uma criança, em que o texto surge acompanhado de ilustrações assinadas por Isabel Baraona. Neste trabalho, a pequena Maria luta para que seu prazer pela escrita e seu olhar luminoso perante a vida não sejam cerceados pela frágil conformista e cruel madrinha.
A sinopse divulgada pela editora detalha: “As autoras lançam-se à descoberta do mais misterioso dos mistérios, o de saber como é que uma menina se diverte.
A menina desta história está possuída de uma incontível vontade de escrever e de rir, o que esbarra com a vontade da madrinha de fazer dela uma criança normal, sossegada e, se possível, mesmo sisuda. A madrinha contraria a vontade de Maria escrever, no jeito impetuoso em que ela o faz. Castiga-a muitas vezes de modo cruel, mas não consegue levá-la a desistir do desejo de escrever, mesmo quando lhe corta a mão e a menina tem de imaginar a vida que esta leva separada do seu corpo. Mas este nunca esqueceu a mão que teve, por isso ela acabará por regressar”.
Recorde-se que o tema do segundo Fliparacatu é “Amor, Literatura e Diversidade” e acontece entre os dias 28 de agosto e 1.º de setembro. Todas as atividades são gratuitas. A segunda edição do Festival Literário Internacional de Paracatu é patrocinada pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e tem o apoio da Prefeitura de Paracatu, da Academia Paracatuense de Letras e Fundação Casa de Cultura. ■
