Desde que tiveram início, no último dia 15 de setembro, os incêndios florestais que têm assolado Portugal, sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas. O fogo atingiu sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, destruindo dezenas de casas e obrigando as autoridades a cortarem estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) portuguesa contabilizava, às 19:30 de quarta-feira, 34 incêndios ativos, sendo que destes 18 assumiam uma dimensão “significativa” e mobilizavam mais meios. No combate a estes 18 incêndios estavam envolvidos 2.434 operacionais, apoiados por 734 meios terrestres e 23 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, explicou que a declaração da situação de calamidade vai permitir que a equipa multidisciplinar do Governo – coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial Manuel Castro Almeida – possa “oferecer o apoio mais imediato e urgente àqueles que não têm em casa um abrigo, um alojamento para os próximos dias, àqueles que ficaram sem meios de subsistência para se alimentarem, para se vestirem, para terem acesso às mais elementares necessidades do dia a dia”.
“No âmbito desta situação de calamidade nestes territórios, estamos já a trabalhar também com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, com o Instituto Nacional de Estatística, no elenco de todos os prejuízos que estão a ser causados, para que a resposta possa ser o mais rápida possível”, assegurou o primeiro-ministro, que reiterou que “há pessoas que ficaram sem casa, há pessoas que ficaram impedidas de ir trabalhar, há empresas que estão inibidas de poder produzir”.
“As portuguesas e os portugueses e as empresas são elementos de bravura do povo português e, portanto, merecem dos poderes públicos e do Governo em particular que haja celeridade, agilidade para todas as respostas que são necessárias”, disse.
O primeiro-ministro anunciou ainda que será criada “uma equipa especializada” para investigar criminalmente a origem dos incêndios dos últimos dias, falando em “coincidências a mais” e “interesses particulares”.
“Nós não vamos largar estes criminosos, nós não vamos largar este combate a quem coloca todo um país em causa”, assegurou Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar “toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências”, numa reunião presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a seu convite.
Diversas ações de solidariedade com os bombeiros no país estão a ser levadas a cabo pela população. Vários eventos por todo o país foram cancelados.
Indivíduos foram presos pela polícia suspeitos de atearem fogo nas localidades e em zona de mata. ■
Agência Incomparáveis, com Lusa