Opinião: “A Parede na Vida”, por Marivia Brandão

"Infelizmente não temos o controle de tudo, como inocentemente pensamos"

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Marivia Brandão é Consultora Internacional em Gestão
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Quando penso em uma viagem a primeira imagem que me vem à mente são as curvas da estrada. Como gosto muito de conhecer lugares novos, olhar o caminho instiga-me a ver o que vem pela frente.

Confesso que fico motivada por ver belas paisagens, que encantem meus olhos e preencham minha mente com novas possibilidades. Em momentos assim jamais espero por tragédias ou situações difíceis. Toda a minha expectativa sobre o que virá é positiva e acredito que esse é o sentimento de muitas pessoas.

Costumamos esperar pelo normal, pelos dias comuns e situações corriqueiras. Nosso cérebro facilmente acostuma-se ao que é rotineiro e, desse modo, seguimos a vida com nossas crenças, certezas e respostas prontas, como se soubéssemos tudo ao nosso redor e a vida fosse um filme com roteiro certo e imutável…até que nos deparamos com uma “parede” pela frente!

Diante de um inesperado, forte e resistente muro de concreto que atravessa o nosso caminho, todas as nossas certezas rapidamente esvaiem-se. Esse bloco costuma alcançar nossas vidas bruscamente, logo após uma curva insana. É assim que nos sentimos quando as adversidades mais impensadas nos atingem.

Infelizmente não temos o controle de tudo, como inocentemente pensamos. Ninguém está livre de se deparar com o imprevisível, mais cedo ou mais tarde na vida. Mas, o que fazer depois isso? Talvez a resposta para essa questão seja o que determine como será o resto dos nossos dias.

As dificuldades não são por nós escolhidas, mas duramente impostas pela vida. O que nos cabe é enfrentá-las. Como enfrentaremos os momentos difíceis é o que fará diferença para desfrutarmos o que virá a seguir.

Cirscunstâncias desafiadoras são, geralmente, transformadoras. Fazem-nos enxergar recursos internos que nem imaginávamos ter. Deparamo-nos com uma faceta mais real e profunda de quem somos, mas nem sempre será o melhor de nós que virá à tona.

Há quem faça do limão uma limonada adoçada, mas também há quem destile o azedume desse sumo nas feridas (próprias e nas dos outros), fazendo piorar o que já era ruim. Como já dito, não podemos escolher o que iremos viver, porém temos pleno poder de escolha do “como” viveremos.

Dessa decisão é que pode vir uma nova jornada. Buscar apoio profissional, da família e de amigos é somar mãos nessa caminhada. Desenvolver a fé no Divino e em si mesmo poderá oferecer algo mais para preencher inquietações. Práticas que permitem expandir o autoconhecimento também são muito bem-vindas nesse processo.

O importante é dar novos passos para sair do lugar. Afinal, essa parede pode ser contornada, escalada, saltada e até derrubada! Não se pode acreditar que ela é o fim do mundo, pois nunca será. Existem várias formas de superação e outras conexões podem ser significativas para mudar o estado de paralização mental.

Enfim, quando a chuva vem podemos escolher entre o desespero de se molhar ou calmamente entregar-se a ela e aproveitar os pingos que lhes caem à face. Em seguida é secar-se e seguir novamente pela estrada. Leveza é algo contido na forma de enxergar o mundo. Como sugere a canção, sing in the rain. ■

Marivia Brandão

Consultora internacional em Gestão, Especialista em Relacionamento Empresa-Mercado, Mestre em Empreendedorismo e Criação de Empresas, Especialista em Desenvolvimento Humano, Formadora e Analista Sênior de Perfil Comportamental

mariviasbrandao@gmail.com

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