Missão empresarial vai estreitar laços comerciais entre Maricá, Brasil, e a região das Beiras, em Portugal

Brasileiros e portugueses unidos em mais um encontro para o desenvolvimento comercial entre duas regiões com potenciais turísticos e empresariais

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Atualmente, o território municipal estende-se por 362.480 km², dividido entre os distritos Maricá (sede), Ponta Negra, Inoã e Itaipuaçu. A população é estimada em 167.668 pessoas, segundo dados de 2021
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A Câmara de Comércio da Região das Beiras (CCRB), com sede no Fundão, região Centro de Portugal, está a organizar uma missão empresarial da prefeitura de Maricá, município brasileiro, localizado no Estado do Rio de Janeiro, comandada pelo prefeito Washington Quaquá, à região da Beira, em solo luso, entre os dias 26 e 29 deste mês. Estão previstas visitas institucionais e culturais, em horários e locais pré-determinados. A “Missão Maricá” pretende “conectar ecossistemas entre a região de Maricá, Brasil, e a região das Beiras, em Portugal”.

Os organizadores ressaltaram que a missão é “uma excelente oportunidade para promover o ‘networking’ e oportunidades de negócios unindo e criando pontes entre as Beiras”, pois “representa um passo significativo para a criação de laços comerciais que beneficiarão não apenas as regiões envolvidas, mas também as suas comunidades e economias”.

Segundo a presidente da CCRB, Ana Correia, a missão à Cova da Beira, “com foco na cidade do Fundão”, pretende ainda “explorar parcerias com Maricá, uma cidade costeira do Brasil”. O objetivo é “atrair empresas e startups brasileiras para o Interior de Portugal, ao mesmo tempo que procura abrir portas para os empresários portugueses no Brasil”.

Ana Correia, ao considerar a região Centro como o “coração e o pulmão de Portugal”, destacou “a importância de dar protagonismo à região”, porque “enquanto grandes cidades como Lisboa e Porto enfrentam uma saturação crescente, o Interior do país oferece oportunidades únicas para a expansão de negócios e inovação”.

Esta responsável sublinha o potencial natural e turístico de Maricá, considerado “ideal para estabelecer um diálogo frutífero”, além de pontuar que do “mar à serra, há regiões de oportunidades” sem falar no turismo, e citou áreas como o “agrotech, tecnologias inovadoras e a cultura”, ambas sendo de “interesse mútuo”.

“A região beirã, além dos seus atrativos naturais únicos, pode tornar-se um destino de intercâmbio que beneficie ambas as regiões, fortalecendo tanto o turismo quanto o desenvolvimento económico”, acrescentou a presidente do CCRB.

Dada a importância marítima de Maricá e a relevância e oportunidades existentes nas Beiras, Ana Correia frisou o “potencial de cooperação em setores como o turismo costeiro e a economia azul.

“Unir Maricá às Beiras representa uma oportunidade colossal de inovar no uso sustentável dos nossos recursos marinhos, contribuindo para o crescimento económico e a preservação ambiental”, finalizou a presidente da CCRB.

Destino brasileiro marcado pela natureza

A comitiva comandada pelo prefeito de Maricá, Washington Quaquá, tem mais de 30 integrantes, entre eles o secretário de Turismo, José Alexandre Silva. Antes de chegarem a Portugal, as autoridades de Maricá marcaram presença na Feira Internacional de Turismo – FITUR, uma iniciativa promovida pelo IFEMA e pela Organização Mundial do Turismo (OMT), entre 24 e 26 de janeiro, em Madrid, Espanha.

Em Madrid, Washington Quaquá apresentou ao público e a investidores internacionais os projetos estratégicos do município, entre eles a implementação do parque histórico Puy du Fou, com sede em França e na Espanha. O empreendimento, que já atrai milhões de visitantes anualmente em outros países, estima levar três milhões de turistas para Maricá, consolidando a cidade como um polo turístico no Brasil.

“Estamos transformando a economia de Maricá para uma economia do turismo, da cultura, da ciência e tecnologia, da agricultura orgânica e da agroindústria. O turismo será uma alavanca fundamental, criando milhares de empregos e beneficiando diretamente as famílias e os moradores”, afirmou Quaquá, durante a sua participação no evento.

Outro destaque apresentado na FITUR foi o projeto para a construção de um conjunto de hotéis na orla de Itaipuaçu, de três e quatro estrelas. O complexo, projetado para atender a diferentes públicos, combina sofisticação e acessibilidade, ampliando as opções de hospedagem no município.

Note-se que Maricá é rodeada por maciços costeiros. As serras principais são Calaboca, Mato Grosso (onde fica o ponto mais alto do município, o Pico da Lagoinha, com 890 metros), Lagarto, Silvado, Espraiado e Tiririca. No município está localizado um grande complexo lagunar, que contempla as lagoas de Maricá, Barra de Maricá, do Padre, Guarapina, Jacaroá, Araçatiba, Boqueirão e Jaconé. Elas são ligadas ao mar por meio dos canais de Ponta Negra e Itaipuaçu.

Maricá também é conhecida pelas suas praias oceânicas, entre as quais se destacam as de Jaconé, Ponta Negra, Barra de Maricá, do Francês e Itaipuaçu. A topografia peculiar cria um ambiente propício à prática de esportes radicais como voo livre, trekking e mountain bike, entre outros.

A Serra da Tiririca, entre Maricá e Niterói, é um parque estadual com valioso trecho de Mata Atlântica.

A Área de Proteção Ambiental Estadual de Maricá, tipicamente de restinga, localizada na costa do município, é formada pela antiga fazenda São Bento da Lagoa, a Ponta do Fundão e a Ilha Cardosa. Abriga ainda a comunidade pesqueira tradicional de Zacarias, presente desde o século XVIII, os sítios arqueológicos e o complexo ecossistema de restinga.

Atualmente, o território municipal estende-se por 362.480 km², dividido entre os distritos Maricá (sede), Ponta Negra, Inoã e Itaipuaçu. A população é estimada em 167.668 pessoas, segundo dados de 2021.

Estudiosos explicam que a colónia Maricá começou a ser povoada no início do século XVI, devido à necessidade da Coroa Portuguesa de defender o litoral de ataques dos corsários franceses. A partir de 1574, as terras foram doadas aos colonizadores portugueses, divididas em sesmarias (lotes de terras distribuídos em nome do rei de Portugal, com intenção de incentivar o cultivo em terras virgens).

Em 1814 (considerado o ano da fundação da cidade de Maricá), o local passou a se chamar Vila de Santa Maria de Maricá, em homenagem à rainha D. Maria I de Portugal. Em 1889, o recém-criado governo republicano elevou a vila à categoria de cidade. O nome Maricá vem de uma árvore denominada Mimosa sepiaria Benth, popularmente conhecida como espinheiro-maricá, muito comum e abundante na região.

A equipa da CCRB irá acompanhar toda a missão nos próximos dias. ■

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