O escritor e pesquisador luso-brasileiro, Daniel Evangelho Gonçalves, lançou o livro “Nem de Cá, Nem de Lá”, que conta a história de um açoriano, natural da Ilha Terceira, nos Açores, que decidiu fugir dos horrores da guerra do ultramar, fixando-se no Brasil, onde, entretanto, se deparou com a saudade do seu lar.
“Mas rapidamente encontra na Casa dos Açores do Rio de Janeiro o seu novo porto seguro, lugar onde se respira açorianidade e se mantêm as tradições por várias gerações, dando-lhe um gostinho de lar”, disse o autor numa nota divulgada sobre o livro que se tornou um projeto itinerante.
A obra, que conta a história emocionante de um açoriano que migra para o Brasil, está a percorrer as escolas das ilhas açorianas e já alcançou mais de mil crianças do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico e pretende chegar a 3.500 até o fim deste ano.
Com ilustrações feitas pelas próprias crianças da Casa dos Açores do Rio de Janeiro, o livro destaca-se por ser uma “ferramenta didática para ensinar sobre a emigração açoriana, promovendo o respeito pela diversidade cultural e mantendo viva a memória dessa importante prática migratória”.
Segundo Daniel Gonçalves, a obra “não é apenas um trabalho infantil escrito em verso”, pois “passou a ser quase que um livro didático sobre imigração”.
O autor contou que doou os direitos autorais do livro, cuja primeira edição está esgotada, para o projeto Cooperativa Regional de Economia Solidária dos Açores (CRESAÇOR).
“Uma nova edição já está sendo impressa. O livro vai estar disponível em cada escola do arquipélago, mas, quem quiser, pode solicitar um exemplar à CRESAÇOR”, frisou o autor.
A história é contada de forma lúdica, como numa técnica de narração de histórias que usa elementos e objetos da cultura açoriana, atraindo o interesse das crianças, pelo que, depois, é feito uma roda de conversa com os mais jovens sobre o tema da emigração.
O autor considera ainda que “o mais bonito do livro é que foi apresentado às crianças da Casa dos Açores carioca antes da sua publicação e esse público infantil fez as ilustrações que foram trabalhadas pela artista Margarida Andrade, CRESAÇOR, e, dessa forma, transformou-se no livro.
“É uma obra feita com o protagonismo também das crianças”, finalizou Daniel Gonçalves.
Recorde-se que a CRESAÇOR e a Casa dos Açores do Rio de Janeiro são duas instituições parceiras desta iniciativa literária, que conta também com o apoio do Governo Regional dos Açores. Um trabalho que visa “manter viva a memória desta prática migratória tão intrinsecamente importante para a história do arquipélago açoriano”.
Atualmente, o escritor e pesquisador luso-brasileiro Daniel Gonçalves, natural do Rio de Janeiro, vive na terra dos seus pais e avós, a Ilha Terceira, nos Açores. ■