“Houve um gigantismo que o Papa não aprova”, disse o casal brasileiro que assistiu à JMJ através da TV

Alberto e Diva acompanharam à distância a visita do Papa a Lisboa durante a Jornada Mundial da Juventude

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Alberto e Diva Corona durante live em que rezam o Terço
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“A presença do Papa é sempre muito importante para reforçar o papel da a igreja”. É esta a convicção do casal brasileiro Alberto e Diva, que acompanhou, à distância, desde o Brasil, a visita do Papa Francisco a Portugal durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorreu em Lisboa de 1 a 6 de agosto.

“Fizemos muitas orações com os fiéis, pela TV. Ora pelos canais de Portugal, ora pelo canal brasileiro Canção Nova. Achamos impressionante a disposição do Papa, as suas falas de improviso e o seu poder de síntese com os jovens, onde conseguiu passar o seu recado por uma igreja integral, unida e para todos. As suas frases são como uma assinatura, algo contundente, ácidos com a dose certa para atingir corações de todas as religiões e tendências”, disseram Alberto e Diva Corona, de 72 e 70 anos de idade, respetivamente.

Alberto, jornalista, é natural de São Paulo, e Diva, ex-bailarina e professora de ballet, é de Recife. Ambos acham fundamental este tipo de evento para aproximar o público da igreja católica.

“Acreditamos muito no fortalecimento da Igreja Católica em todo mundo, porque mostra um Papa sempre resiliente, inovador, onde a palavra que vem do coração extrapola encíclicas, eleva o sentimento de amor ao próximo e contagia aqueles incrédulos, ou mesmo os que estão sem rumo na escolha de uma religião”, frisaram.

Sobre as palavras do Papa durante o evento em Lisboa, Alberto e Diva sublinham que em cada mensagem existe “o poder da resistência aos porões empoeirados do Vaticano, faz crer que o novo sempre vem, que a Igreja é por todos e para todos, que não podemos mais guardar tesouros nos cofres, porque não os levaremos a lugar algum. Apenas a solidariedade faz sentido, como a vela acesa que dá luz e calor aos que a cercam”.

“A sua frase mais tocante foi: “O único momento em que é lícito olhar alguém de cima para baixo é para o ajudar a levantar””, comentaram.

Este casal brasileiro, mesmo com um oceano no meio, teve informações de pontos negativos na organização do evento na capital portuguesa.

“Achei muito bem organizada, mas houve um gigantismo que o Papa não aprova, até porque ele abre mão de tanta formalidade e pompa. O gasto público com a montagem dos cenários provocou muita crítica”, disseram.

Conectados à religião, Alberto e Diva utilizam a Internet também para evangelizar, um “dom digital” que merecia a aprovação do Santo Padre. Talvez os desafios ultrapassados por Alberto na época da pandemia tenham sido fundamentais para a rotina de mais de 30 anos de orações ser convertida em formato digital, com a presença de amigos e fiéis. E se Alberto Corona leva no nome a doença com a qual ele e milhões de pessoas foram acometidos no mundo, este religioso leva também na alma uma vontade sem fim de espalhar a palavra de Deus e se renovar.

“A ideia de se rezar o Terço on-line surgiu no período da pandemia, porque foi a única forma de transmitir orações e fé aos nossos fiéis. Somos um grupo que reza o Terço há 35 anos. Chama-se a “Turma do Pecado Lavado”, com base na Igreja Nossa Senhora da Conceição, na Gávea, Rio de Janeiro. Nós e a Cláudia Silva rezamos o Terço toda as sextas-feiras, às 18h, horário de Brasília, cerca da 22h de Portugal continental. O nosso endereço do Instagram é @turmadopecadolavado”, explicou o casal.

Como resultado da JMJ de Lisboa, Alberto e Diva esperam que “haja sempre esta comunhão perfeita entre os jovens de todo o mundo”.

“Espero que os jovens participem no dia a dia da igreja, que façam eventos para que o movimento católico não fique apenas em factos isolados, como a JMJ. E que os padres das diversas paróquias no mundo consigam implementar uma linguagem, uma narrativa capaz de rejuvenescer a igreja católica. Há um engessamento da nossa igreja, por isso, é preciso uma mudança radical, e só a ação do Papa não será capaz ou suficiente”, finalizaram. ■

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