A comunidade portuguesa emigrada para os diversos cantões suíços é responsável por enviar para Portugal a maior quantidade de remessas económicas do estrangeiro. Esta mesma comunidade é responsável pela criação de várias casas portuguesas, de inúmeros grupos folclóricos, de imensas associações de promoção da cultura e da língua portuguesa, num país em que a competição fonética encontra resistência em idiomas como o francês, o alemão, o italiano e, mesmo, o romanche. Os lusodescendentes sabem bem a força desse desafio.
Diante de todo este cenário, era necessário dar voz à essa multidão chamada “diáspora portuguesa na Suíça”. Foi assim que, em 1998, Adelino Sá e Manuel Araújo fundaram o Gazeta Lusófona, que assinala o seu 24º aniversário. Após, numa fase inicial, Manuel Araújo deixar o projeto, Adelino Sá dirigiu este jornal durante mais de 20 anos. Um jornal criado de raiz por quem sabe o que é estar emigrado, um jornal que propicia à comunidade local ficar a par do que se realiza em nome de Portugal em toda a Suíça, em Portugal e no mundo.
Um grupo de jornalistas e colaboradores dão corpo a este projeto que chegou mesmo a anunciar o seu encerramento, mas que é, atualmente, a força viva da Língua Portuguesa impressa na Suíça.
Nas páginas do nosso jornal, associações, empresas, entidades, autoridades, escritores têm espaço para promover as suas ações. As principais iniciativas que acontecem na Suíça e que envolvem a comunidade portuguesa ganham relevância no Gazeta Lusófona.
A Suíça é o país respeitado que conhecemos, mas é também um país cuja população “aprendeu” a respeitar e a acolher os portugueses que são a terceira maior comunidade estrangeira residente da Suíça. E não só. A Língua Portuguesa na Suíça ganha vida também em toda a comunidade lusófona, com destaque para a brasileira, que tem oportunidade de se juntar a nós. Afinal, países irmãos seguem conectados também no estrangeiro.
Compor a equipa do Gazeta Lusófona, de forma voluntária ou profissional, é mostrar que, com profissionalismo e dedicação, podemos dignificar tudo o quanto for possível que promova Portugal neste país helvético.
Seguimos com foco no futuro e de braços dados com a “portugalidade”, com um especial agradecimento e abraço a todos os colaboradores, assinantes, associações, patrocinadores e entidades que, mês após mês, vão ajudando o Gazeta Lusófona a ser o mais antigo jornal ativo na comunidade portuguesa, dando eco do que os portugueses fazem e são na Suíça. ■
Adélio Amaro
Diretor do Gazeta Lusófona