Flipetrópolis terá Scholastique Mukasonga como atração internacional no Brasil

No seu novo livro, “Ibogo Subiu ao Céu”, Mukasonga apresenta as complexas relações religiosas que moldam a Ruanda de hoje

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Scholastique Mukasonga, escritora natural de Ruanda
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A escritora Scholastique Mukasonga, natural de Ruanda, será a atração internacional da Flipetrópolis, que se destaca por ser a primeira edição de um festival literário internacional a ser realizado na cidade brasileira de Petrópolis, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro.

O evento, que decorre de 1 a 5 de maio no tradicional Palácio de Cristal, terá “atividades culturais acessíveis, inclusivas, antirracistas, éticas, educativas, artísticas, carregadas de conceito, conteúdo”. Todas as sessões são gratuitas e abertas ao público.

A participação de Scholastique Mukasonga, conhecida por ser sobrevivente dos massacres de Ruanda ocorridos na década de 1990, um episódio que resultou num grande genocídio que devastou o país, dizimando 800 mil vidas, será marcada pela oportunidade de a autora poder partilhar a sua história de vida e obra. Nos seus trabalhos, Mukasonga, que vive hoje na Normandia, em França, faz o seu testemunho, tecendo memórias e dando voz às vítimas a partir da sua escrita. Da sua literatura nasceram, dentre tantos trabalhos importantes, os livros “A Mulher de Pés Descalços”, “Baratas” e “Nossa Senhora do Nilo” – uma espécie de trilogia do genocídio de Ruanda, todos publicados pela editora Nós. Cada obra, à sua maneira, recorda os horrores do massacre e a luta pela sobrevivência.

No seu novo livro, “Ibogo Subiu ao Céu”, Mukasonga apresenta as complexas relações religiosas que moldam a Ruanda de hoje.

“A presença de Mukasonga no Brasil, mais especificamente no Flipetrópolis, é uma oportunidade para conhecer e entender o massacre de Ruanda a partir de uma testemunha ocular da história, e também refletir a respeito da questão dos genocídios, constantemente presentes no mundo atual. Além de falar sobre dor, a presença de Mukasonga também traz um viés que valoriza a memória, a cura e a reconstrução”, explicou Afonso Borges, responsável pelo evento em Petrópolis.

Ainda segundo este responsável, “a diversidade é a marca do Flipetrópolis que interage com a cidade na montagem da estrutura do evento, incluindo a livraria e a exposição “Portinari Para Crianças”, no Palácio de Cristal e o espaço gastronómico, movimentando a economia local e o turismo”.

A primeira edição do Flipetrópolis, que conta com curadoria de Afonso Borges, Sérgio Abranches, Tom Farias, Gustavo Grandinetti e Leandro Garcia, foi viabilizada pela parceria com a Prefeitura de Petrópolis, o patrocínio do Grupo Águas do Brasil e o apoio cultural do Itaú e da GE Aerospace, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. ■

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