Fabiano de Abreu comenta manifestação de partido português que quer voto aos 16 anos de idade

Neurocientista falou sobre possíveis “contornos emocionais” desta decisão

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Fabiano de Abreu
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Este tema não tem sido exclusivamente debatido em Portugal. Há alguns meses atrás, foi também assunto noutro país lusófono e, já nessa altura, o PhD em neurociências Fabiano de Abreu abordou esta temática.

“Dei a minha opinião meses atrás sobre o mesmo tema, mas, na altura, sobre a mesma proposta para o Brasil. Falando da realidade portuguesa, Luís Montenegro, presidente do Partido Social Democrata (PSD) de Portugal propôs há algumas semanas, à Comissão Política Permanente do partido, uma proposta para se reduzir a idade legal mínima para votar para os 16 anos. A proposta acabou por ser aprovada a nível interno do partido. Acredito que, para muitos partidos, a ideia soe boa, até porque, aos 16 anos de idade, estes jovens eleitores são mais influenciáveis e, por haver uma redução na abstenção, pois são mais impulsivos e idealistas pela questão emocional”, afirmou Fabiano de Abreu.

Segundo este responsável, ao nível da ciência e da biologia humana, existem indicadores que alertam para o perigo deste tipo de decisões, nomeadamente, em termos de desenvolvimento e discernimento mental.

Este neurocientista explica que “o lobo frontal, mais específico o córtex pré-frontal, só termina de se desenvolver aos 30 anos de idade, a depender do indivíduo. Com 20 anos de idade, ele já é bastante desenvolvido. Esta região está relacionada à lógica, tomada de decisões, controlo emocional, atenção, racionalidade, entre outras funções relacionadas à inteligência global e precursora. Chamo de controlo das inteligências. O cérebro de jovens com 16 anos de idade ainda é imaturo e excessivamente emocional. O sistema límbico trabalha melhor nas mensagens negativas, o que é natural, para a sobrevivência, mas revela uma ira maior e como não existe um controlo emocional tão definido, possuem o que chamo de ‘pensamento abstrato de imortalidade’”.

Fabiano de Abreu defende não acreditar que jovens desta idade estejam preparados para a tomada deste tipo de decisão pela sua imaturidade, “essencialmente”.

“No meu ponto de vista, os jovens de 16 anos, pelo menos na sua grande maioria, ainda têm uma perceção distorcida da realidade, o que altera também a capacidade lógica e racional. A maturidade tem relação com a consciência, com a perceção, com a lógica e capacidade criativa. A experiência desenvolve a maturidade e a capacidade de análise. Como cientista, posso dizer que isso deve ser melhor analisado pensando sempre no nosso futuro”, concluiu Fabiano de Abreu. ■

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