Europa: Incêndios florestais fazem governo de São Paulo realizar ações de prevenção no Estado

Defesa Civil do Estado de São Paulo realiza "Operação Estiagem" durante o período mais crítico do ano para prevenir e combater os incêndios florestais em todo o Estado de São Paulo

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Incêndios florestais em Portugal
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Com o intuito de “prevenir e combater as queimadas florestais”, a Defesa Civil do Estado de São Paulo confirmou que está “a desenvolver anualmente a Operação Estiagem”. A edição deste ano teve início no dia primeiro de junho e está prevista para terminar a 30 de setembro, acompanhando a fase vermelha, a mais crítica, da Operação Corta-Fogo.

Toda esta movimentação acontece em decorrência do cenário vivenciado nos países europeus nos últimos dias, incluindo Portugal, onde milhares de dezenas de hectares arderam em decorrência das queimadas causadas pelas altas temperaturas, sobretudo no país luso, onde a população contou com dias em que os termômetros marcaram cerca de 40 graus centígrados por vários dias em grande parte do território português. Entretanto, os fogos florestais não são somente fruto do calor. Várias pessoas já foram presas em Portugal acusadas de causar intencionalmente incêndios florestais que mobilizaram centenas de viaturas, bombeiros, policiais, brigadas conta incêndio e aeronaves. Num cenário que destruiu casas, empresas, e causou a morte de pessoas e de animais, além da poluição do ar.

Uma das ações executadas pela Defesa Civil para prevenir essas ocorrências, segundo fontes do governo estadual de São Paulo, são as “Oficinas Preparatórias (OPOE), voltadas para o treinamento e capacitação dos agentes municipais”. Segundo apurámos, “somente este ano, foram capacitados 1.500 agentes, em 333 cidades do Estado, constituindo brigadas de incêndio locais, capazes de combater os focos de incêndio logo no início”.

“Outra importante iniciativa é a ação de aparelhamento dos municípios paulistas, com a entrega de viaturas e equipamentos. Desde 2020, já foram investidos R$ 76 milhões, cerca de 13 milhões de euros, com a aquisição de 478 veículos e mais de sete mil equipamentos, que foram distribuídos para 412 cidades. Com estes equipamentos, os agentes municipais encontram-se ainda mais preparados para combater os incêndios”, destacaram os responsáveis pelo referido organismo brasileiro, que sublinharam também que, “durante a Operação Estiagem, a Defesa Civil desencadeia planos de contingência, de acordo com as recomendações de órgãos internacionais – de saúde, de meteorologia e de Proteção e Defesa Civil -, nas regiões mais suscetíveis aos problemas decorrentes da seca, por meio da monitorização da Umidade Relativa do Ar (URA), pelo nosso Centro de Gestão de Emergências (CGE), sempre emitindo alertas à população quando a URA atinge níveis abaixo dos 30%. Também compete ao CGE a contratação de aeronaves de asa fixa para combater os incêndios”.

Problema global

As últimas semanas têm sido marcadas por enormes incêndios florestais na Europa. O velho mundo tem registado altas temperaturas em diversos países e o calor elevado, aliado ao tempo seco, aumentam ainda mais as queimadas. Segundo as autoridades europeias, “o fogo já atingiu 13 mil hectares de reservas florestais, somente na França”. A crise vivida na Europa desperta a preocupação com as queimadas florestais no Estado de São Paulo. No Brasil, enfrentamos o período de estiagem, também marcado pelo tempo seco e baixa umidade relativa do ar”, referiu a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Estado de São Paulo.

Este órgão referiu ainda que, “atualmente, os incêndios florestais são considerados uma das maiores ameaças à biodiversidade e conservação ambiental, causam a morte de animais silvestres, prejudicam a vegetação, aumentam a poluição do ar, diminuem a fertilidade do solo e podem acarretar a interrupção do fornecimento de energia elétrica”.

Estudos, aos quais tivemos acesso, mostram que “a maior parte dos incêndios florestais é decorrente de ação antrópica – causados pelo homem, de maneira acidental ou intencional –, entre elas, além das queimadas para fins agrícolas, queima de lixo, fogueiras, beatas ou bitucas de cigarro e soltura de balões”.

Somente em 2021, a Operação Corta fogo, que é desenvolvida pela Secretária de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, com o apoio da Defesa Civil do Estado e de outras instituições ligadas à Secretária de Segurança Pública, como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Ambiental e o Comando de Aviação da Polícia Militar, registou 5.025 focos de incêndio no Estado de São Paulo.

Novas formas de controlo das situações de perigo

Em 2022, a Defesa Civil de São Paulo está a testar uma nova ferramenta de monitorização via satélite, capaz de identificar, em tempo real, áreas de queimadas em todo o território do estado de São Paulo. Esta nova tecnologia emite alertas com as áreas que possuam maior probabilidade às queimadas, classificando-as em alerta: alto ou baixo risco à queimada.

“O sistema utiliza dados e imagens de quatro satélites diferentes, a inteligência artificial cruza os dados e exibe aos operadores do sistema os focos de incêndio captados pelos equipamentos. Já para mapear as áreas com maior risco a incêndios, o sistema utiliza diversas variáveis, como, por exemplo, a umidade do ar, a temperatura, o acumulado de chuvas e a previsão para os próximos dias, vento e radiação solar. Com este cálculo é possível estimar o risco dos próximos cinco dias, permitindo, assim, a adoção de medidas preventivas antecipadas para a prevenção às queimadas”, referiu a Defesa Civil de São Paulo, que confirmou que, “nos primeiros dias de teste, já foi possível confirmar a efetividade da nova tecnologia”.

“No último dia 21 de julho, os operadores identificaram focos de incêndio e acionaram o Corpo de Bombeiros e os agentes da brigada municipal, para as cidades de Campinas e Santa Barbará d’Oeste. O primeiro foco atingiu uma área de plantação rural e o outro, uma área de mata. Ambos os incêndios foram combatidos e extintos logo no seu início”, finalizou a Defesa Civil do Estado de São Paulo. ■

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