O cientista luso-brasileiro, Fabiano de Abreu Agrela, sublinhou, no dia 13 de novembro, durante palestra na Campus Party Brasil, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, que reuniu, em São Paulo, diversos palestrantes internacionais, que existem estudos que abordam “a relação entre o uso de videogames ou consolas e o aumento do QI (quociente de inteligência)”, no entanto, referiu este responsável, “os resultados positivos da pesquisa não devem ser generalizados”.
Este pós-PhD em neurociências e membro de quatro sociedades internacionais de alto QI questionou a generalização de resultados de estudos que alegam que o aumento de QI está relacionado ao uso de videogames.
“A forma como os resultados do estudo foram divulgados passaram a impressão de que o uso de videogames é exclusivamente benéfico, sem considerar que existem as outras variáveis, como o tempo gasto com os jogos, os tipos de jogos em relação à faixa etária do jogador, e vários outros”, declarou Fabiano de Abreu, que comentou que “um benefício não apaga os seus malefícios, todos os aspetos devem ser considerados, é importante saber utilizar os jogos para estimular os benefícios e não apenas ignorar o lado negativo”.
Este neurocientista foi mais além e afirmou que “as pessoas criam as ideias que convém”.
“As pessoas criam as lógicas que as convém, uma lógica da incoerência onde se confortam e a tomam como verdade absoluta, é perigoso analisar resultados de pesquisas isoladamente”, contestou Fabiano de Abreu, que destacou os perigos da manipulação dos resultados de estudos científicos.
Toda esta discussão, segundo Fabiano de Abreu, tem ganhado relevância no campo científico uma vez que “a relação entre videogame e cérebro sempre despertou curiosidade e medo, devido a isso, diversas pesquisas foram realizadas para identificar os benefícios ou malefícios que os jogos eletrônicos trazem à mente”. ■