Especialista aponta que o tratamento da Fibromialgia está “muito avançado” no Brasil

Portugal, país com alto número de pessoas com Fibromialgia, está junto de Brasil e Espanha no desenvolvimento do tratamento da doença: “Há muitos países que tratam a doença apenas farmacologicamente, no que tange aos sintomas, e não as causas neurológicas”

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Jose Luis Arranz Gil, médico especialista e diretor da Unidade de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Centrar e Dor Crónica na Associação de Socorros Mútuos “Mutualista Covilhanense”, Portugal
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A Fibromialgia, que se destaca por ser uma Síndrome Dolorosa Idiopática e Multifatorial, é uma doença crónica neurológica que faz com que o enfermo sinta dores constantes no corpo. Mas existem tratamentos que estão a resultar na diminuição dos sintomas desta enfermidade.

Segundo o especialista e professor Jose Luis Arranz Gil, doutor em Medicina e Cirurgia e diretor da Unidade de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Centrar e Dor Crónica na Associação de Socorros Mútuos “Mutualista Covilhanense”, na região Centro de Portugal, este país europeu, juntamente com Espanha e Brasil, apresentam soluções, atualmente, “de primeira linha” no tratamento da doença.

De acordo com este professor de Medicina na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, Portugal é o segundo país do mundo com mais diagnósticos de Fibromialgia. Este especialista alerta que o tratamento para a doença é “defasado” em muitos países, se comparado com Portugal, Espanha e Brasil.

“Tenho notado que em Portugal existem mais doentes de Fibromialgia do que na grande parte do mundo. Portugal é o segundo país do mundo com mais doentes com Fibromialgia (3,7%). Sobre o tratamento, em Portugal trata-se só farmacologicamente, mas já se começou a utilizar a Estimulação Magnética Transcraniana de baixo campo por primera vez na nossa unidade de Fibromialgia de Covilhã”, referiu Jose Luis Arranz Gil, que revelou também que, em setembro de 2022, foi membro de uma banca que julgou uma tese de um neurologista que avaliou as alterações cerebrais, antes e depois, da magnetização transcranial.

“Também no Brasil, a técnica está muito avançada”, declarou o professor Jose Luis Arranz Gil.

O avanço da doença

Este responsável sublinha alguns pontos que podem desencadear a doença. Segundo Jose Luis Arranz Gil, a Fibromialgia pode ser desenvolvida por questões genéticas ou por exposição mantida a um alto nível de estresse.

Este professor também citou a Covid-19 como uma das causadoras, na atualidade, após a pandemia, que, depois do contágio, “pode deixar algumas sequelas”.

“As causas são as alterações cerebrais. Mas o que pode levar a essa situação? Primeiro, uma componente genética. E, depois, qualquer coisa pode afetar as estruturas anatomo-funcionais do cérebro que intervêm na neuromodulação da dor, desde maus tratos familiares, uma gripe malcurada, estresse contínuo. Qualquer coisa pode fazer com que o cérebro não funcione adequadamente. Como dizia o professor mexicano Manuel Martínez-Lavín, que é a autoridade máxima sobre Fibromialgia, é uma falha do sistema de adaptação ao estresse. Então, quando há um estresse muito grande, o sistema neurovegetativo se altera e produz uma Disautonomia que é a causa dos sintomas que apresentam os doentes de fibromialgia”, concluiu o professor Jose Luis Arranz Gil. ∎

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