A escritora portuguesa Isabel Ricardo vai visitar as escolas públicas e comunitárias do ensino de português na Costa Leste dos EUA, entre os dias 26 de setembro a 6 de outubro. Uma iniciativa que surge após convite do Instituto Camões e da Coordenação do Ensino de Português nos EUA, no âmbito do Plano de Divulgação da Língua Portuguesa da Coordenação do Ensino Português nos EUA e do Plano de Incentivo à Leitura (PIL), apoiado pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e pela Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Segundo apurámos, serão realizadas sessões presenciais nas áreas consulares de Boston, New Bedford, Providence, Newark, Nova Iorque e Connecticut. Atualmente, Isabel Ricardo é considerada uma referência na literatura infantil e juvenil e também no romance histórico, contando com 39 obras publicadas. Conta também com nove livros publicados em inglês pela editora norte-americana Underline Publishing, todos distinguidos com prémios nos EUA. Sete desses livros obtiveram o apoio à tradução da DGLAB – Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
“Esta é mais uma iniciativa de promoção da leitura em língua portuguesa”, informaram os organizadores da visita, que acontece também em articulação com a rede diplomática e consular nos EUA.
“Estas sessões presenciais terão como público-alvo as comunidades educativas das escolas comunitárias portuguesas e das escolas norte-americanas onde se ensina a Língua Portuguesa, bem como bibliotecas, clubes e organizações luso-americanas”, sublinhou Isabel Ricardo.
De “criança sonhadora” a autora de diversas obras
Isabel Ricardo nasceu em 11 de junho de 1964. Em 1971 mudou-se para Peniche, onde fez o 1º e o 2º ano. Em 1974 regressou à Nazaré. Tem uma irmã mais velha sete anos, Cristina.
Isabel era uma criança sonhadora e aos três anos gostava de inventar as suas próprias histórias, fingindo que as lia nos livros e cadernos escolares da irmã, de tal maneira que quem a escutava pensava que ela já sabia ler. Sonhava ser detetive e acalentava um sonho muito querido, que nunca contou a ninguém, pois nunca acreditou que alguma vez conseguisse ser escritora.
Escreveu o seu primeiro livro de aventuras aos 11 anos. Aos 13 anos foi obrigada a deixar os estudos por motivos pessoais e começou a trabalhar. Por essa altura começou a enviar as histórias que escrevia para as editoras mais conhecidas do mercado, sendo recusada pela sua idade e pelo desconhecimento do nome. Aos 16 colaborava com o jornal local com pequenos artigos. Voltou a retomar os estudos aos 18 anos, à noite, trabalhando de dia, continuando sempre a escrever.
Tem dois filhos: André e Inês. (André que já tem também dois livros publicados, na Planeta Editora: “A Demanda do Talismã” e a “Grande Batalha”, prometendo vir a revelar-se um sucesso).
Só vários anos depois é que conseguiu que um romance seu fosse publicado diariamente no jornal “O Comércio do Porto”. Em 1993 escreveu “A Floresta Encantada”, contactando diversas editoras, que recusaram o projeto sempre pela mesma razão. Era desconhecida. Até que a CARPE DIEM, Associação Juvenil para a Arte e Cultura, resolveu formar editora propositadamente para lançar o livro, que contou com o apoio do Instituto da Juventude.
Em 2023, comemorou 30 anos de carreira literária. ■