Em visita a Portugal, compositor Moacyr Luz defendeu cultura lusófona

Músico integrou comitiva de Maricá durante reuniões no Interior do país, numa agenda organizada pela Câmara de Comércio da Região das Beiras

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Moacyr Luz, músico e compositor brasileiro, com ligações a Portugal
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Um dos maiores músicos e compositores brasileiros de todos os tempos, Moacyr Luz, esteve em Portugal recentemente, a acompanhar a visita de uma comitiva do executivo municipal de Maricá, localizado no Estado do Rio de Janeiro, que visou promover o destino e celebrar protocolos com entidades e autoridades portuguesas, numa iniciativa organizada pela Câmara de Comércio da Região das Beiras (CCRB). O grupo visitou zonas como Fundão, Covilhã e Belmonte.

Nascido no Rio de Janeiro, Moacyr Luz, dentre outros sucessos, lançou, em 2009, o seu nono disco, Batucando, o primeiro pela gravadora Biscoito Fino, com participações de Zeca Pagodinho, Luiz Melodia, Beth Carvalho, Alcione, Ivan Lins, Mart’nália, Martinho da Vila, Tantinho da Mangueira e Wilson das Neves. Como compositor, possui mais de 100 músicas gravadas por diferentes intérpretes da Música Popular Brasileira (MPB), como Maria Bethânia, Elba Ramalho, Nana Caymmi, Beth Carvalho, Leny Andrade, Gilberto Gil e Leila Pinheiro.

Em entrevista à nossa reportagem, Moacyr Luz falou sobre a importância da cultura portuguesa no mundo e o papel da música na ligação entre os países.

Como avalia a sua passagem pela região da Beira, em Portugal?

Independente de música ou qualquer coisa relacionada à compreensão profissional de trabalho, isso de estar em Portugal para mim é sempre uma identificação com as minhas origens. Tenho parentes portugueses, então, eu sempre gosto muito, sempre. Gosto do povo português, do empenho que tem no trabalho, sempre me chama essa atenção. Um país pequeno que dominou metade do mundo numa certa época, que permitiu que as fronteiras do Brasil continuassem grandes. E eu percebo isso até hoje, o português como o meu avô de tamanco, pregando gaiolas para ter galinheiros em casa, montes cheios de terra, isso me chama muita a atenção.

O que mais está chamando a sua atenção?

A questão da lusofonia, que, hoje, está ligando muito os países da língua portuguesa: Moçambique, Cabo Verde, um pouco de Angola, isso tudo mistura-se na nova música que está se formando aí.

Já teve outras experiências em Portugal?

Eu já estive em Portugal no Festival Mimo, em Amarante, já toquei no Coliseu, com o Pierre Aderne, gravei um disco chamado “Mapa do Giz”, em Lisboa, e teve uma gravação de um grupo chamado “Bamba Social”, que gravou um disco só de músicas minhas, no Porto. Tem uma música recente, com o Pierre Aderne, gravada pelo António Zambujo, que é um dos maiores cantores, se não o maior, de Portugal, atualmente.

Na sua opinião, qual a importância da música nas relações entre Brasil e Portugal?

Acho que, principalmente, a questão musical, a questão genética dos dois países. E a música portuguesa está tendo uma evolução enorme nos últimos tempos.

Esteve também na Fitur em Madrid. Acredita que este modelo de evento ajuda a divulgar o Brasil, e Maricá, concretamente, no cenário internacional?

Maricá tem um projeto audacioso, ousado, e parece uma utopia, mas é extremamente viável. Reforçar cultura para turismo, através de hotéis, fazer eventos com significado brasileiro do samba, principalmente, aproximar através de outras iniciativas. Sensacional, expandir, abrir para novos caminhos.

Em que projetos está envolvido atualmente?

Estou lançando um disco em março de dois violões com Gabriel Moura, o parceiro do Seu Jorge. Estou com músicas num disco, num projeto do Zeca Pagodinho. Tenho um lançamento de 20 anos de Moacyr Luz, do Samba do Trabalhador. Tem bastante coisa.

Por fim, como avalia a “saúde” do Samba no Brasil? Este estilo musical continua sendo um passaporte de entrada para a cultura brasileira?

E o Samba não morre, né, bicho? Essa história que o Samba agoniza, ele já até passou de agonizar. Eu brinco com as pessoas que, se o mundo acabar hoje, ou daqui a cem anos, vão sobrar o Samba e as baratas. ∎

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