A advogada Ana Cristina Mendonça Contreiras nasceu num meio onde “muitos familiares” emigraram para diversas partes do mundo, especialmente para a França.
“Sendo filha de mãe e de pai emigrantes, resolvi seguir o mesmo caminho e emigrar para o Brasil”, disse a jurista que, hoje, aos 46 anos, assume a candidatura em segundo lugar da lista pelo Partido Socialista (PS) pelo círculo de Fora da Europa com uma visão voltada para a comunidade portuguesa espalhada pelo mundo.
Uma das “mais relevantes” propostas que apresenta visa promover a participação mais significativa dos cidadãos portugueses, consolidando os vínculos além-fronteiras.
Para tal, diz a especialista em Direito Internacional, “elaborar o Plano Estratégico para a Diáspora é crucial”, declarou Ana Contreiras, enfatizando a importância de envolver ativamente os diversos atores das comunidades no exterior.
A ideia passa por reunir nesse processo os atores das comunidades e reforçar o apoio ao associativismo, valorizando especialmente o papel das mulheres.
Com raízes no Algarve – nasceu em Faro – esta candidata tem uma trajetória marcada pelo trabalho contínuo com a comunidade portuguesa em São Paulo, Brasil, onde adquiriu “vasta experiência” em questão da Emigração, Nacionalidade Portuguesa e Investimento Luso Brasileiro.
A passagem pela Casa de Portugal em São Paulo como diretora conecta-a diretamente às necessidades e anseios da comunidade, defendeu.
E lembra: “Sou residente em São Paulo há praticamente 20 anos e sempre fiz um trabalho contínuo com a comunidade portuguesa”.
Daí que a candidata pelo PS reconhece a participação ativa e integrada da comunidade portuguesa no Brasil, ressaltando, no entanto, a importância de um maior envolvimento na vida política portuguesa.
“O facto de ser uma emigrante tal como os residentes fora da Europa permitirá um trabalho de campo mais próximo da realidade daqueles que, tal como eu, estão longe do seu país”, disse a candidata que propõe a criação de um centro de atendimento telefónico exclusivo para a Diáspora, facilitando o acesso aos serviços consulares.
“Aproximar a comunidade portuguesa da vida política portuguesa é fundamental para conquistar respeito e representatividade”, reforçou Ana Cristina Contreiras.
Quando questionada sobre o cenário político em Portugal, Ana Contreiras expressa a perspetiva de continuidade do trabalho de referência pelas comunidades portuguesas, enfatizando estabilidade e segurança, mas na resposta avalia o cenário político interno em Portugal.
“Temos a perspetiva de continuarmos a melhorar um trabalho de referência pelas comunidades portuguesas, com estabilidade e segurança”, disse a advogada, cuja trajetória é também marcada pelo engajamento em causas humanitárias.
Para esta candidata, a elaboração do Plano Estratégico para a Diáspora, o aumento da capacidade de atendimento consular e o reforço do apoio ao associativismo são ações urgentes fora da Europa, mas aponta como uma das “prioridades” a urgência em melhorar os serviços digitais para evitar deslocações frequentes aos consulados.
Igualdade de Direitos e Representatividade
Entre as preocupações das comunidades portuguesas, Ana Cristina Mendonça Contreiras aponta ainda a luta pela igualdade de direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua localização geográfica.
O foco é contínuo: “o compromisso com a defesa dos direitos e interesses da diáspora portuguesa”. ■
Parabéns. Falou o essencial, mas a comunidade precisa colaborar e participar