“Diáspora é crucial para o desenvolvimento de Cabo Verde”, defende Manuela Oliveira, Secretária de Serviços das Comunidades na Embaixada de Cabo Verde em Portugal

Esta responsável ressalta o trabalho da embaixada cabo-verdiana em solo português para ajudar a diáspora do seu país a superar os desafios enfrentados no dia a dia

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Manuela Oliveira, Secretária de Serviços das Comunidades na Embaixada de Cabo Verde em Portugal
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A Secretária de Serviços das Comunidades na Embaixada de Cabo Verde em Portugal, Manuela Oliveira, considera a diáspora cabo-verdiana “uma parte crucial” do desenvolvimento de Cabo Verde, destacando o valor do recurso humano do país, que tem poucos recursos naturais. 

Falando à margem do Festival Mais Solidário, realizado em Castelo Branco, na região centro de Portugal, em agosto, Manuela Oliveira explicou que a comunidade cabo-verdiana residente no Interior desse país europeu “é predominantemente composta por estudantes que buscam oportunidades educacionais”.

“Embora muitos venham com a intenção de retornar a Cabo Verde após os estudos, a realidade muitas vezes é que acabam permanecendo em Portugal devido às oportunidades que surgem aqui”, afirmou Oliveira. 

Esta responsável acrescentou que, apesar da intenção inicial de contribuir para o desenvolvimento de Cabo Verde, muitos estudantes acabam aproveitando as oportunidades no exterior, o que também beneficia o país natal ao trazer conhecimento e experiência acumulados.

“É importante entender que, mesmo fora do país, os nossos compatriotas continuam a contribuir para o desenvolvimento de Cabo Verde, seja através de remessas, seja pelo conhecimento e experiência adquiridos”, disse esta responsável, que destacou a importância da diáspora, que, com uma população três vezes maior que a residente em Cabo Verde, desempenha um papel vital na economia do país.

“O recurso humano da diáspora é essencial, pois, apesar de Cabo Verde ter poucos recursos naturais e depender em grande parte do turismo, é o conhecimento e a experiência da nossa diáspora que ajudam a impulsionar o desenvolvimento”, sublinhou.

Manuela Oliveira destacou que as pessoas são a principal riqueza de Cabo Verde e que investir na formação e nas experiências adquiridas no exterior pode criar um impacto positivo significativo no desenvolvimento do país.

Durante a conversa, a funcionária da Embaixada cabo-verdiana em Lisboa também abordou as dificuldades enfrentadas pelos imigrantes ao chegarem ao território português, como problemas com a documentação e a integração. 

“Muitos chegam com visto de turismo, o que dificulta a obtenção de residência e trabalho. Para obter uma residência, é necessário ter um contrato de trabalho, o que cria um ciclo difícil de quebrar”, explicou Manuela Oliveira, que elogiou o antigo SEF, atual AIMA, pela ajuda prestada à comunidade do seu país.

“Temos trabalhado com a AIMA para ajudar a comunidade a superar esses desafios, oferecendo suporte na regularização da documentação e na busca por oportunidades de trabalho”, comentou.

Manuela Oliveira frisou igualmente o Festival Mais Solidário pela importância de realizar eventos que promovem a solidariedade e o acolhimento. 

“É uma iniciativa memorável que promove a ajuda ao próximo. A participação da comunidade é crucial para fortalecer a integração e o apoio mútuo”, pois, “eventos como este são fundamentais para unir as pessoas e criar uma rede de apoio que beneficia tanto os imigrantes quanto a população local. (…) O Festival Mais Solidário continua a ser uma plataforma importante para o fortalecimento das relações entre as comunidades imigrantes e a população local, refletindo o espírito de cooperação e solidariedade que caracteriza a região centro de Portugal”, finalizou Manuela Oliveira. ■

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