O Dia Internacional da Mulher Africana, celebrado este ano no último dia 31 de julho, “transcende fronteiras”. É o que defendem quatro mulheres que ocupam posições relevantes entre Portugal e Cabo Verde, reconhecendo o papel vital deste grupo social, em particular no continente africano.
A data, celebrada desde 1962, serve também como um momento de reflexão sobre as conquistas alcançadas e os desafios que ainda persistem.
A presidente da Associação Mais Lusofonia, Sofia Lourenço, entidade com sede em Portugal, e que liderou o processo de celebração desta data, reunindo mulheres para darem o seu depoimento em vídeo, sublinha a importância de recordar o progresso das mulheres em todo o mundo.
“Comemoramos o Dia da Mulher Africana, mas, principalmente, o Dia da Mulher espalhada pelos quatro cantos do mundo, que conquista a cada dia o seu espaço na sociedade”, enalteceu Sofia.
Já a presidente da Assembleia Municipal da Praia, Maria Clara Marques, destaca as origens históricas desta celebração e o seu impacto na sociedade.
“A instituição desta data remonta ao ano de 1962, na Conferência das Mulheres Africanas em Dar es Salaam, Tanzânia, sendo hoje reconhecida por 14 países e apoiada por oito movimentos de libertação nacional”, disse, enfatizando ainda o papel essencial das mulheres africanas na preservação de valores cívicos e morais e na coesão das famílias, embora reconheça que muitas ainda enfrentam desafios como a violência de género e a discriminação.
Por seu turno, Manuela Oliveira, Secretária de Serviços das Comunidades na Embaixada de Cabo Verde em Portugal, reforça a importância de se valorizar o papel da mulher como pilar da sociedade.
“O poder da mulher está em sermos pilar de uma sociedade em evolução”, defendeu, apontando para a necessidade de reconhecimento e valorização contínua das mulheres.
Por fim, Ana Teresa Vaz Ferreira, vice-presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), reforça que a luta pela igualdade de género é fundamental, mas deve ser feita sem comprometer a essência do que significa ser mulher.
“Ser mulher não pode ser a razão ou a desculpa sobre os desafios que nós decidimos enfrentar. E ser mulher até pode tornar alguns dos nossos caminhos mais difíceis, mas isso só significa que a sociedade evoluiu e que hoje nós temos um conjunto de direitos que não existiam no passado”, afirmou.
A arquiteta, que é responsável pela Internacionalização, Igualdade de Género e Não Discriminação, Imagem e Comunicação, Relação com Estudantes e Comunidade do IPCB, finaliza com uma mensagem de esperança e reflexão sobre o futuro.
“Que este dia sirva para assinalar uma reflexão sobre essas oportunidades conquistadas e sobre aqueles que são os desafios e as estratégias para o nosso futuro”, confirmou esta profissional. ■