Definitivamente, devemos descansar após as refeições? Especialista comenta

Conversamos com o especialista luso-brasileiro, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, para, em definitivo, tirar essa dúvida de uma grande parcela de uma sociedade agitada

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Fabiano de Abreu Agrela
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A nossa sociedade atual vive em constante stress e constantemente conectada. Não é incomum fazer refeições a ver televisão ou estar no telemóvel ou computador. Assim como muitos correm logo para as atividades assim que terminam de comer. Mas isso não é prejudicial?

Para tirar essas dúvidas, procuramos um Pós PhD em neurociências que explicou a verdadeira razão pela qual devemos mudar nossos hábitos. Dr. Fabiano de Abrreu Agrela já começou por responder de forma direta que: “Assim como a dieta do mediterrâneo é boa para longevidade, também os hábitos como o da famosa sesta também. Mas prefiro ao invés de dormir, relaxar sem ter que pensar em muita coisa.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Saarland na Alemanha, dormir 45 minutos após a refeição faz bem, um hábito comum da cultura espanhola e italiana, a famosa “sesta” (ou soneca após o almoço), aumenta a disposição e a produtividade nas tarefas diárias, diminui o cansaço e melhora a concentração e o desempenho cognitivo.

Agrela explica que “o sistema nervoso parassimpático é o lado “descansar e digerir”, enquanto o simpático é o lado “ lutar ou fugir” e então, detalha em um vídeo publicado em seu canal que:

“No sistema nervoso autônomo parassimpático o neurônio pré-ganglionar longo secreta acetilcolina. O neurônio pós-ganglionar curto também secreta acetilcolina; estimulando órgãos alvos e gerarem ações fisiológicas. Não há ação adrenérgica como no caso do sistema nervoso simpático, ou seja, é momento de relaxar.

Ele é ativado na digestão, repouso e/ou relaxamento e facilita a digestão por meio da secreção fluída da saliva, facilitando o início da digestão e a formação do bolo alimentar, consequentemente o processo de deglutição.

Há uma diminuição da frequência cardíaca, diminuição da pressão arterial, desvio de sangue da musculatura esquelética estriada, onde o aporte nutricional é desviado. Tudo em prol da facilitação do processo digestivo, ou seja, as vísceras do sistema digestivo trabalham com maior atividade. Isso exige maior consumo de oxigênio e nutrição, por isso esse desvio.

No caso do sistema nervoso autônomo simpático, ativo quando estamos em situações de atividades como exercícios, ansiedade ou estresse, os receptores beta 1  adrenérgicos aumentam o batimento e frequência cardíaca e os receptores beta 2 adrenérgicos são responsáveis pela broncodilatação, permitindo maior entrada de oxigênio na corrente sanguínea, ambos, preparando o organismo para mobilização de nutrientes e oxigênio para musculatura esquelética estriada.

Definitivamente, não vamos confundir nosso sistema nervoso autônomo e vamos dar uma relaxada após as refeições.” assim finaliza o Pós PhD em neurociências e biólogo Dr. Fabiano de Abreu. ■

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