O escritor brasileiro Daniel Munduruku e a jornalista portuguesa Isabel Lucas irão debater os diferentes modos de olhar para a história e para a literatura numa conversa aberta ao público no próximo dia 18, às 19h, no Espaço Talante. O colóquio também terá como temática a ascensão da literatura indígena do Brasil que tem no premiado Mundukuru um de seus expoentes.
Isabel Lucas é jornalista do jornal Público e autora, entre outros, de “Viagem ao país do futuro”, conjunto de ensaios-reportagens a partir de um percurso literário pelo Brasil.
Um dos maiores nomes da literatura indígena, Daniel Munduruku é formado em filosofia, tem doutorado na Universidade de São Paulo, além de um pós-doutorado pela Universidade de São Carlos. O premiado escritor tem 57 livros publicados em diversos gêneros como romance, novela, conto e infanto-juvenil além disso, Munduruku já foi candidato a presidente da câmara da cidade onde vive (Lorena) e a deputado federal por São Paulo neste pleito. O escritor também postulou a um lugar na Academia Brasileira de Letras em 2021. É diretor-presidente do Instituto Uk’a – Casa dos Saberes Ancestrais.
No Espaço Talante, Daniel Munduruku conversa com Isabel Lucas sobre os diferentes modos de olhar para a História e para a Literatura do Brasil, dos povos ancestrais à contemporaneidade. Como investigadora de grandes autores e leitores, Isabel questiona quando o leitor e o autor Daniel Munduruku se encontram, o que explica o avanço da literatura indígena nas últimas décadas e qual o papel da literatura para os povos indígenas brasileiros hoje.
SOBRE O ESPAÇO TALANTE
O Espaço Talante é uma casa de cultura essencialmente da língua portuguesa e que tem como objetivo juntar em todos os tipos de artes, o que há de melhor do idioma que aproxima Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Guiné Equatorial e Moçambique. O Espaço Talante fica dentro da livraria Ler Devagar, na LX Factory. A curadoria do centro cultural é de Antonio Grassi e Ciça Castello.
CURADORES
Antonio Grassi
Foi o diretor presidente do Instituto Inhotim até o início de 2022. Além de sua larga experiência no teatro, cinema e televisão, Antonio Grassi foi secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, vice-presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, conselheiro do conselho diretor do Fórum Cultural Mundial e presidente da Fundação Nacional de Arte (Funarte), braço cultural do Ministério da Cultura do Brasil. Na Funarte, foi o responsável por importantes projetos nas artes cênicas, visuais e musicais, além de outros programas integrados no período de 2003 a 2006 e 2010 a 2013. No âmbito internacional, foi o idealizador do Espaço Brasil (Marais/Paris) no ano do Brasil na França (2005), criador junto ao Instituto Camões e Instituto das Artes de Portugal do prêmio de dramaturgia luso-brasileira “Antonio José da Silva”, responsável pela presença brasileira no Festival Internacional Tchecov em Moscou (2005) e a Estação de teatro russo no Brasil (2006). Foi o curador da participação brasileira em duas edições da Quadrienal de Praga, tendo conquistado a Triga de Ouro – prêmio máximo da mostra, em 2011.
Por reconhecimento ao seu trabalho foi condecorado com a medalha de Honra da Inconfidência, em Minas Gerais, e a medalha Pedro Ernesto, na cidade do Rio de Janeiro. No exterior foi o curador da mostra de vídeos brasileiros na Amazon Week (World Trade Center, Nova Iorque, 1996), também participou como representante do governo brasileiro no Fórum Universal das Culturas (Barcelona, 2004), palestrou no encontro da “Red interlocal de cidades Ibero americanas para la cultura” (Buenos Aires, 2005), além de ter sido expositor e palestrante no painel “Global perspectives for cultural diplomacy and exchange” (Association of Performing Arts, Nova Iorque, 2006) e no Broward Center Performing Arts (Fort Lauderdale, 2006). Grassi ainda trabalhou como comissário do Ano do Brasil em Portugal (2012) e coordenador da programação cultural na participação do Brasil na Feira de Frankfurt (2013).
No teatro, teve presença marcante, como ator e diretor. Antonio Grassi é popularmente conhecido no Brasil e em Portugal por seu trabalho em mais de 30 programas, incluindo seriados, minisséries, telenovelas e programas especiais. Em 2020, foi indicado ao Prêmio APCA como melhor ator de televisão pela série “Bom Dia, Veronica”, da Netflix.
Ciça Castello
Trabalha como fotógrafa e produtora de elenco há 20 anos e foi responsável por elencos no cinema brasileiro de grandes filmes como “O Palhaço”, de Selton Mello, “Amor?”, de João Jardim, “Dois Filhos de Francisco”, de Breno Silveira, além de séries na televisão como “Amores Roubados”, “O Rebu” e “Canto da Sereia, da TV Globo, entre outras produções.
Em paralelo ao trabalho na produção de elenco, Ciça desenvolveu seu trabalho na fotografia. Seu início na fotografia foi com Walter Firmo, em 1999, quando teve contato pela primeira vez com as técnicas fotográficas. Aprendeu composição, cores e o uso de luz e sombra. Walter incentivou seu olhar pessoal, não permitindo que se limitasse apenas às técnicas. Ampliou seu olhar artístico e livre das imagens e durante o trabalho de produção de elenco conviveu com a fotografia em produções de áudio visual, o que a levou conhecer e a aprimorar os usos da luz, da cor e da composição. Viagens de turismo e trabalho ampliaram seu interesse por diversas culturas, paisagens e, mais, por luzes e sombras singulares de cada lugar visitado.
Após sua mudança para Brumadinho, em 2015, e de intensa vivência em Inhotim, amadureceu a ideia de expor seu olhar. ∎