A Associação “Mais Lusofonia”, em parceria com Associação Cultural e Desportiva da Carapalha (ACDC), organizou, no passado dia 28 de abril, na cidade de Castelo Branco, região Centro de Portugal, a “Caminhada pela Liberdade”, com o objetivo de celebrar os 50 anos do 25 de Abril.
Cerca de uma centena de participantes realizaram o percurso que passou por áreas urbanas albicastrenses, com direito a paragem no Parque Barrocal, que conta com uma grande paisagem e que aposta na “História Natural”. Logo cedo, a concentração teve lugar na Associação da Carapalha, onde os participantes deram início a um percurso de dez quilómetros. Durante o trajeto, os caminhantes puderam desfrutar de momentos de convívio e partilha, fortalecendo laços e celebrando a liberdade conquistada há meio século.
Diversas entidades e personalidades marcaram presença no evento, incluindo Manuela Oliveira, representante da Promoção das Comunidades da diplomacia cabo-verdiana; Olga Alves, do BNI Estratégia de Abrantes; além de representantes do Grupo de Corridas de Castelo Branco – Atletismo e Trail “Correr por Castelo Branco” e da recém-criada Associação de Angolanos de Castelo Branco (AACB), entre outros, incluindo empresários e a sociedade civil.
Após a caminhada, os participantes reuniram-se para um almoço especial, onde puderam saborear uma feijoada para recompor as energias.
Ao final do evento, Sofia Lourenço, presidente da Associação “Mais Lusofonia”, expressou os seus agradecimentos aos parceiros e participantes.
“Os nossos agradecimentos ao nosso parceiro oficial ACD Carapalha que está connosco sempre de alma e coração. Ao Eduardo, Florista Clementina que nos agraciou com belos cravos, aos Ovos Manuel Afonso, ao Sr. Armando das Frutas Baltazar&Farinha, Lda. A “Mais Lusofonia” agradece a todos que estiveram connosco contribuindo para a nossa missão 2024”, disse Sofia, que anunciou os planos da Associação para uma missão humanitária em Cabo Verde, agendada para julho, quando mais de 20 voluntários levarão um contentor com toneladas em doações para as ilhas de Santiago e Brava.
Esta foi mais uma das estratégias da entidade para angariar apoio que permita concretizar a tão esperada missão num país que precisa, se não de tudo, de muita coisa. Ao longo dos últimos meses, foram levadas a cabo diversas ações e a conexão entre os voluntários é cada vez maior. Mas a tarefa não é fácil, e não existem apoios governamentais, tampouco oficiais.
No último mês de março, Sofia Lourenço realizou uma visita técnica a Cabo Verde para tratar de aspetos burocráticos referentes ao envio de um contentor desde Portugal. Há cerca de um ano, os voluntários estão a reunir doações, como roupas, mobiliário, loiças de casa de banho, pisos, material escolar, brinquedos, entre outros, que serão entregues diretamente às populações mais vulneráveis residentes nas regiões por onde o grupo vai passar. No Retaxo, onde foi montada uma “base operacional” de triagem do material a ser levado para o país africano, os voluntários têm dedicado horas de trabalho para viabilizar este projeto. E a caminhada do dia 28 foi apenas mais um passo para arrecadar fundos que possibilitem ainda mais doações.
No ano passado, a Associação esteve noutra missão em Cabo Verde. Agora, além do contentor recheado de produtos e insumos, haverá uma componente cultural, com parte da companhia de Dança Sofia Lourenço a preparar um espetáculo que terá lugar na ilha Brava, com a participação do público local. A literatura ganha também terreno nesta oportunidade, com a apresentação, em Portugal e em Cabo Verde, do livro infantil “Praia Di Bunitas”, ou “Praia de Bonecas”, em tradução livre, escrito e editado, em forma de voluntariado, pelo premiado escritor covilhanense João Morgado, com passagens em Crioulo.
Dois profissionais da área da saúde integram a missão com o intuito de realizarem um workshop de Primeiros-Socorros em Cabo Verde, uma vez que muitas localidades não contam com acesso a cuidados de saúde ou têm pouca estrutura para atender a população.
Nessa sua mais recente passagem por Cabo Verde, Sofia Lourenço manteve uma agenda de trabalho intensa, com reuniões também junto dos parceiros e autoridades locais. Num desses momentos, a presidente da “Mais Lusofonia” ouviu do presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, palavras de elogio pelo trabalho realizado pelos voluntários da Associação. Este responsável reforçou também que o seu povo está grato por toda a ajuda ao país e às suas gentes. Sofia estava acompanhada por Clara Marques, na qualidade de presidente da Associação para Promoção do Património Educacional de Cabo Verde (ASPPEC), embora seja também presidente da Assembleia Municipal da Praia, num evento que ficou marcado pela homenagem ao professor cabo-verdiano do ano, no âmbito do Concurso Leciona, onde a presidente da “Mais Lusofonia” foi “madrinha do evento com muita honra”.
Sofia visitou também o projeto “Fazenda da Esperança”, juntamente com o líder local, o Padre Ronaldo Bernardo; esteve nas Aldeias SOS Infantil, onde conversou com a responsável Paula Sanches sobre o apadrinhamento de menores e as necessidades das crianças acolhidas. Na Câmara Municipal da Praia, Sofia reuniu com o Executivo e presenciou a passagem do “Peace Run e a chama da Paz”, com Jorge Pina.
Houve tempo ainda para uma visita ao Museu da Educação, na Praia, coordenado por Clara Marques. Sofia participou nas Comemorações dos 50 anos de 25 de Abril na Embaixada de Portugal em Cabo Verde e reuniu com Francisco Tavares, presidente da Câmara Municipal da Brava. Na Feira do Livro na Praia Sofia abordou o tema da cultura lusófona e visualizou a homenagem aos escritores locais pelo percurso literário.
Depois de todo esse percurso, Sofia retornou a Portugal a tempo de encontrar o grupo durante a caminhada em Castelo Branco e promover o tão esperado alongamento antes da feijoada de confraternização. ■