Câmara de Comércio Árabe-Brasileira abre escritório em Brasília

Objetivo é “estreitar interlocução com embaixadas, Executivo e Legislativo federais”

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Entidade apoia negócios entre empresas brasileiras e árabes
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A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que há 70 anos apoia negócios entre empresas brasileiras e árabes, com o intuito de contribuir para o incremento do intercâmbio bilateral, inaugurou o seu escritório em Brasília, capital do Brasil.

Com esta iniciativa, “a entidade espera estreitar a interlocução com agências e ministérios relacionados ao comércio entre o Brasil e os países da Liga Árabe, além das 19 embaixadas árabes sediadas em Brasília”. Outro objetivo é “dinamizar a prestação de serviços de verificação documental prestado às empresas locais já com clientes nos países da Liga Árabe e, principalmente, as ações de prospeção de novas oportunidades de negócios nos dois lados da parceria comercial”.

“Vamos estar mais próximos das empresas do Centro Oeste e Norte do Brasil, que já têm comércio firme com a Liga Árabe, sobretudo de alimentos, e que certamente podem ampliar as suas vendas ao bloco”, defendeu Osmar Chohfi, presidente da entidade, que sublinhou ainda que, “da mesma forma, vamos identificar mais facilmente oportunidades para empresas árabes construírem cooperações estruturais com as brasileiras, que vão além do mero intercâmbio de bens”.

Segundo apurámos, o escritório de Brasília é a quarta unidade da Câmara Árabe aberta nos últimos quatro anos. Em 2018, a entidade abriu uma filial em Itajaí, que presta serviços documentais às empresas que escoam os seus produtos pelo porto catarinense. Em 2019, foi a vez dos Emirados Árabes Unidos de receber representação da entidade, em Dubai. No final de setembro de 2021, a Câmara Árabe inaugurou outro escritório no Cairo, Egipto, e deve abrir mais uma filial este ano na capital saudita, Riad.

Chohfi, que foi diplomata de carreira no Itamaraty, ligado ao ministério das Relações Exteriores do Brasil, por quatro décadas e meia, reforçou que “a estratégia de diversificar os pontos de presença tem rendido frutos na forma de novos negócios”. Segundo este responsável, “a maior proximidade tem estimulado empresas de ambos os lados a explorar oportunidades, principalmente as organizações do lado árabe, que veem no mercado brasileiro perspetivas para o crescimento das suas exportações”.

O escritório de Brasília deve facilitar a interlocução com o Legislativo nas tratativas referentes a acordos de livre comércio e de facilitação de investimentos com a região. Atualmente, o Brasil tem apenas um entendimento de livre comércio vigente na região, com o Egipto. Firmado no contexto do Mercosul, o acordo nos últimos três anos vem promovendo a diversificação da pauta comercial dos dois países.

O dirigente lembrou também que “o Brasil tem um único acordo de facilitação de investimentos com os Emirados Árabes Unidos” e que “fundos do país têm participado nos leilões de concessões de infraestrutura o Brasil, incluindo refinarias e transporte público”.

“A formalização e mais acordos desta natureza certamente vão atrais mais capitais árabes para o Brasil”, disse este ex-diplomata.

Recorde-se que, “altamente complementar, o comércio entre o Brasil e a Liga Árabe soma US$ 24,25 mil milhões. No ano passado, o lado brasileiro exportou cerca de US$ 14,42 mil milhões, uma alta de 26,15% sobre o ano anterior, com alta prevalência de géneros alimentícios na pauta, que exercem função importante na segurança alimentar das nações árabes”. Do lado árabe, as vendas somaram US$ 9,82 mil milhões, uma alta de 82,76% na mesma comparação, notadamente em combustíveis e fertilizantes, inclusive fosfatados. ∎

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