Brasil: terminou festival literário que homenageou Carlos Drummond de Andrade com a presença de autores lusófonos

O passado, o presente e o futuro da literatura se encontraram no festival que reuniu mais de 100 autores na sua programação de 2023

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Ailton Krenak no Memorial Carlos Drummond de Andrade (Foto: Kevem Willian)
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Arte, literatura e correspondências”, foi com este tema que o Festival Literário Internacional de Itabira – Flitabira – abraçou a cidade mineira na sua terceira edição. Na terra do poeta Carlos Drummond de Andrade, autores e autoras de diferentes partes do Brasil e do mundo se reuniram em torno de um elo comum: a literatura como o lugar do encontro. O encontro com a poesia de Drummond, o encontro com a história marcada pelas ruas de Itabira, o encontro entre autores e o público, o encontro dos escritores uns com os outros, o encontro como um novo mundo possível.

O evento terminou ontem, dia 5, no Brasil, com um dia cheio de painéis que valorizaram a cultura e a memória local.

Corte de fita do III Flitabira (Foto: Kevem Willian)

Dois dos maiores intelectuais do nosso país estiveram em Itabira, onde celebraram reconhecimentos que se apresentam como símbolos de um novo olhar, de, quem sabe, um novo país. Símbolos também de resistência e de transformação. Ailton Krenak, o mais novo Imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele, o primeiro escritor indígena eleito para a ABL ocupa, então, a cadeira que um dia pertenceu à primeira mulher eleita para a instituição, Rachel de Queiroz. Conceição Evaristo, eleita Intelectual do Ano pela União Brasileira dos Escritores – UBE, recebeu o Troféu Juca Pato no palco do Flitabira, sendo a primeira mulher negra a receber a honraria. Momento de emoção profunda que, certamente, ficará guardado na lembrança daqueles presentes. Ailton Krenak e Conceição Evaristo são nossa ancestralidade e o nosso porvir. Ambos nos relembraram em diferentes momentos do Flitabira: “O futuro é ancestral”.

“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”, relembrou Conceição Evaristo na entrega do prêmio. Complementando: “Acho que esse é um sentimento comum às pessoas que escrevem”. Foi possível constatar isso ao longo de toda a programação do terceiro Flitabira. A entrega dos autores e autoras convidados à literatura e suas múltiplas, ou melhor, infinitas possibilidades. Flitabira é Festival Literário, mas tivemos a certeza de que é também Festa Literária, como foi repetido por diferentes convidados. Festa e celebração em torno do livro e daqueles que, tanto no passado, quanto no presente, encontraram na palavra uma maneira de transformar o mundo.

Conceição Evaristo segura o Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano ao lado das escritoras Lívia Sant’Anna Vaz e Eliana Alves Cruz (Foto: Kevem Willian)

O futuro também marcou essa edição. Futuro este que esteve na entrega do Prêmio de Redação. O objetivo do Prêmio de Redação do III Flitabira foi instigar os alunos da comunidade itabirana a lerem um poema de Carlos Drummond de Andrade, e, em seguida, escreverem uma carta dirigida ao Poeta. Foi emocionante e profundamente transformador ver crianças de jovens, entre 4 e 18 anos, no palco do Festival Literário Internacional de Itabira, celebrando suas conquistas e descobrindo, desde cedo, o poder da palavra.

Vencedores do Prêmio de Redação do III Flitabira (Foto: Kevem Willian)

O Festival Literário Internacional de Itabira conclui sua terceira edição já ansiando pela próxima, em 2024, para que sigamos celebrando a obra de Drummond, a história de Itabira e as páginas dos muitos livros que nos enchem de histórias e de História, com H maiúsculo. Todos os debates, discursos contundentes, trocas e, até mesmo, aquelas prosas pequenas dos momentos de descontração, seguirão ecoando em nós e, acreditamos, também em você que esteve conosco.

Criado pelo jornalista Afonso Borges – que é também o idealizador do Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) e do Sempre um Papo –, o Flitabira realizará sua terceira edição entre os dias 31 outubro e 5 de novembro de 2023, celebrando 121 anos de nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade. As atividades acontecem tanto de forma presencial, na Praça do Centenário, quanto on-line, pelo canal no YouTube do Festival.

O Flitabira tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, com o apoio da Prefeitura de Itabira e União Brasileira de Escritores – UBE. ■

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