Brasil: reunião do G20 contou com presença de comitiva portuguesa

Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, acredita que estamos a viver “uma degradação das instituições” internacionais

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Foto gov/MNE
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Chanceleres do G20 estiveram no Rio de Janeiro, nos dias 21 e 22 de fevereiro, para uma reunião de preparação do encontro do grupo que decorrerá em novembro deste ano. Dentre os participantes, estava o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, além de outras autoridades portuguesas residentes no país.

Durante esta oportunidade, João Gomes Cravinho manteve um encontro bilateral com o seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira, quando debateu as prioridades que o Brasil identificou para a sua presidência, com apoio de Portugal, e as ações conjuntas dos últimos meses.

O ministro português participou também na primeira reunião de chefes da diplomacia das principais potências mundiais, no âmbito da presidência brasileira do G20. Foram abordadas as tensões geopolíticas internacionais e a reforma do sistema de governança global.

João Gomes Cravinho defendeu as reformas na governança global e afirmou estar-se a assistir a “uma degradação das instituições” internacionais.

“Estamos a assistir a uma degradação das instituições”, disse este ministro português, que aproveitou para destacar o papel de Portugal como ponte entre continentes.

“O facto de termos sido convidados para o participar no G20 este ano resulta não apenas da nossa amizade fraterna com o Brasil, mas também porque somos vistos – pelo próprio Brasil, mas por outros – como um país que faz a ponte entre continentes, um país que, sendo pequeno em termos territoriais e populacionais, é um país com uma política externa com relevância global e com capacidade de pensamento global”, afirmou este responsável.

No dia anterior, 21, a reunião dos chefes da diplomacia das 20 maiores economias do mundo começou com o apelo do Brasil à paz e cooperação e pelo papel que o G20 deve ter na “redução das tensões internacionais”. Na pauta, esteve conflitos como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

O evento teve lugar na Marina da Glória, ponto turístico na orla carioca. Por causa dos dois dias de encontros, o policiamento esteve reforçado na capital fluminense, com agentes das Polícias Federal e Rodoviária Federal, além das forças de segurança estaduais. Diversas ruas de bairros vizinhos à Marina da Glória estavam bloqueadas, para facilitar a passagem das comitivas internacionais.

Na última noite, os representantes internacionais foram recebidos pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, num jantar no Palácio da Cidade, sede do executivo municipal, na zona sul carioca, quando puderam presenciar uma apresentação da escola de samba Imperatriz Leopoldinense.

O Grupo dos Vinte (G20) é o principal fórum de cooperação económica internacional e desempenha um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundiais em todas as grandes questões económicas internacionais.

O G20 conta com presidências rotativas anuais. O Brasil exerce a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. Inicialmente, o G20 concentrava-se principalmente em questões macroeconómicas gerais, mas expandiu a sua agenda para incluir temas como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.

A Cúpula do G20 destaca-se por ser uma reunião entre os chefes de Estado ou de Governo dos países membros.

Recorde-se que o G20 é composto por 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia; e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.

No Conselho de Segurança da ONU, 15 países discutem e tomam decisões sobre segurança internacional e conflitos entre países. Mas apenas cinco deles (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) têm poder de veto.

Entre os dias 28 e 29 de fevereiro, ministros das finanças e presidentes de bancos centrais encontram-se em São Paulo, onde haverá diversas reuniões de grupos de trabalho em cidades brasileiras até o encontro final sob a presidência brasileira. Chefes de Estado e de governo encontrar-se-ão nos dias 18 e 19 de novembro deste ano na cidade maravilhosa. ■

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