A interação no campo da saúde pública entre o Brasil e os países de língua portuguesa conta agora com um novo capítulo. No último dia 18/11, foi assinado um memorando de entendimento em Lisboa, Portugal, com foco na cooperação internacional, entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com sede no Rio de Janeiro, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Entre as principais ações estabelecidas no documento, destacam-se “o desenvolvimento tecnológico em saúde, com apoio à formulação de um plano que priorize a soberania em insumos e produtos de saúde para os Estados membros da CPLP; o fortalecimento dos sistemas de saúde, por meio da implementação de projetos focados na vigilância epidemiológica, incluindo capacitação técnica, organização de laboratórios e fornecimento de kits de diagnóstico molecular e testes rápidos, visando à preparação e resposta a futuras pandemias”.
Segundo apurámos, o memorando de entendimento “reforça o compromisso da Fiocruz em colaborar para a implementação do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP (PECS 2023-2027)”, aprovado pela IV Reunião Extraordinária de Ministros da Saúde da CPLP. O acordo representa, segundo fontes, “um passo importante para o fortalecimento dos sistemas de saúde dos países membros da CPLP e para a ampliação da soberania do grupo em insumos e produtos para a saúde”.
A assinatura do acordo contou com a presença do presidente da Fiocruz, Mario Santos Moreira, do embaixador Ruy Carlos Pereira, diretor da ABC, e do secretário-executivo da CPLP, Zacarias Albano da Costa.
“Este memorando representa um passo fundamental para fortalecer a cooperação internacional em saúde, baseada nos profundos laços históricos e culturais que unem os países de língua portuguesa. Ao consolidar essa parceria no âmbito da CPLP, a Fiocruz busca não apenas avançar no desenvolvimento de capacidades técnicas e tecnológicas em saúde, mas também reforçar uma estratégia de saúde global que atenda às necessidades coletivas dos Estados membros. A cooperação estruturante que propomos visa contribuir para a soberania sanitária da CPLP, promovendo um futuro mais saudável e resiliente, em sintonia com os valores e compromissos de desenvolvimento sustentável que guiam a política externa brasileira”, afirmou Mario Moreira.
Por sua vez, o secretário-executivo da CPLP ressalta que “a parceria que hoje se firma remete-nos para assuntos da maior relevância no âmbito dos processos de desenvolvimento dos nossos Estados-Membros, reforçando a partilha de conhecimento e o reforço de capacidades entre os países de língua portuguesa no contexto de uma rede alargada de cooperação e solidariedade no plano da reflexão e da prática da saúde publica”. ■