Artur Jorge leva clube carioca a ser campeão de dois grandes títulos na América do Sul

Treinador português de 52 anos conquistou duas taças em oito dias e devolveu aos adeptos botafoguenses, após 29 anos, o grito “é campeão!”; Ex-treinador do Braga, este profissional seguiu os passos de sucesso de Jorge Jesus e Abel Braga no Brasil

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Artur Jorge ergue a taça de campeão brasileiro, ovacionado pelos adeptos após jogo contra o São Paulo. Foto: Vítor Silva/Botafogo
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O Botafogo, um dos quatro grandes clubes de futebol do Rio de Janeiro, após 29 anos do título do campeonato brasileiro, torna-se duas vezes campeão em oito dias sob o comando do treinador português, Artur Jorge, que assinou contrato por dois anos com o alvinegro após a sua saída do Braga no dia 3 de abril de 2024 no valor de 2 milhões de euros (cerca de R$ 10,9 milhões).

Ao conquistar a Conmebol Libertadores no sábado, 30, vencendo o Atlético Mineiro por 3-1, e o Brasileirão 2024, no domingo, 8, derrotando o São Paulo por 2-1 no seu estádio, o Nilton Santos, Artur Jorge proporciona ao alvinegro carioca um faturamento de R$ 240 milhões, cerca de 40 milhões de euros.

A Libertadores ainda garantiu ao Glorioso o mérito de disputar a Copa Intercontinental da Fifa. O primeiro jogo vai ser contra o Pachuca, do México, já na próxima quarta-feira, 11, às 14h (Brasília), no Estádio 974, em Doha, no Catar. Caso vença, o Botafogo vai à semifinal contra o Al Ahly, do Egito.

O principal rival do Botafogo no Brasileirão 2024, o Palmeiras, também liderado pelo português Abel Ferreira, vencedor de vários títulos no Brasil, foi derrotado pelo Fluminense por 1-0 e terminou a competição com 73 pontos na segunda colocação, seis pontos abaixo do alvinegro, a melhor defesa da competição, com 29 golos sofridos e cinco derrotas em 38 rodadas. 

Por tudo isto, Artur Jorge forma uma tríade de técnicos portugueses que consagraram o futebol brasileiro: Jorge Jesus em 2019 com o Flamengo e Abel Ferreira em 2022 e 2023 no Palmeiras. O predomínio destes técnicos nos relvados brasileiros somou quatro títulos do Brasileirão e quatro Libertadores. 

Foi uma trajetória de oito anos marcada pela superação e a busca incessante pelas vitórias, com início em 2019, quando o Flamengo de Jorge Jesus venceu o campeonato brasileiro e depois a Libertadores. Naquela época, ele controlou o espaço de treino com mãos de ferro e impôs uma rotina de táticas de jogo. 

Um ano depois, sob os mesmos atributos embasados no compromisso desportivo pelas vitórias, Abel Ferreira, aplaudido por treinadores vencedores do Palmeiras como Luiz Felipe Scolari (Felipão) e Vanderlei Luxemburgo (Luxa), foi declarado o maior vencedor da história da Sociedade Esportiva Palmeiras. 

Abel Ferreira conquistou duas vezes a Libertadores (2020 e 2021) e o Brasileirão (2022 e 2023); também levou à Galeria de Troféus do Palmeiras, a Copa do Brasil (2020), a Recopa Sul-Americana (2022) e a Supercopa do Brasil (2023).

Ambos são treinadores da escola portuguesa de futebol focados em cumprir metas e reconhecidos não somente pelos profissionais da bola, mas pelos analistas, que apontam o sucesso de ambos ao citar palavras como “disciplina” (treinamentos e jogos), “liderança” e sensibilidade de perceber no atleta o seu potencial competitivo. 

Artur Jorge, por exemplo, predeterminou um foco. Quando desembarcou no Aeroporto Tom Jobim, no Rio, no dia 3 de abril deste ano, acompanhado pelo empresário norte-americano e dono da SAF Botafogo, John Textor, fez a seguinte declaração aos jornalistas:

“A minha ambição passa também por fazer um trajeto de sucesso no Botafogo. Venho para poder ajudar e cumprir os objetivos meus e do Botafogo. De fazer mais e melhor. Hoje, o mais importante é ver aquilo que queremos ver: a Taça Libertadores e podermos arrancar nesse campeonato”, disse.

A determinação, alinhada às táticas adotadas nas competições, com um ritmo vigoroso de atuação dos jogadores botafoguenses, transmutaram as palavras de Artur Jorge em realidade. Hoje, ele é um treinador campeão com dois grandes títulos na sua carreira. 

“Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, estava escrito numa das faixas na bancada do estádio, antes do jogo contra o São Paulo. O trecho é da música “Sujeito de Sorte”, do LP “Alucinação” (1976), de Belchior, usada para recordar o Brasileirão de 2023, quando o time tinha 13 pontos de vantagem e perdeu o título para o Palmeiras. Mas empolgada com o português de 52 anos nascido em Braga, os adeptos podem gritar: “este ano eu não morro”.

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