A cidade do Rio de Janeiro será o primeiro polo de Nômades Digitais da América do Sul. A tendência mundial faz com que as pessoas que moram em outros países possam visitar a cidade por mais tempo e se tornem “residentes temporários”. A Prefeitura do Rio, por meio da Riotur (Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro), vai incentivar este tipo de turismo e oferecer a infraestrutura básica para os nômades digitais terem a “experiência de ser e de viver como os cariocas”.
Para estimular a escolha da cidade do Rio como base e aumentar o tempo de permanência deste público na cidade maravilhosa, mantendo a rotina de trabalho, a Riotur criou, desenvolveu e vai manter o sítio www.nomadesdigitais.rio onde estão reunidas “informações sobre a infraestrutura de estabelecimentos do setor hoteleiro e de negócios que estão prontos para atender os nômades digitais”. Até o momento, já são 56 hotéis, 14 hostels e 18 espaços de coworking listados.
Para dar relevância ao projeto, o Rio de Janeiro solicitou ao Conselho Nacional de Imigração que o Brasil tenha o visto específico para a entrada de nômades digitais.
“É um orgulho anunciar a cidade do Rio como o primeiro polo de nômades digitais da América do Sul. Estamos no século 21 e o modo de viver e trabalhar vem sofrendo alterações significativas. A Prefeitura do Rio acaba de dar um passo importante para a consolidação da cidade e do Brasil como um polo de atração dos nômades digitais. O pedido de regulamentação da entrada desse público no país com um visto específico para esta finalidade é uma conquista. Com esta medida, o Brasil se equipara agora a Alemanha, Noruega, Portugal, Emirados Árabes e Bahamas. É a cidade do Rio na vanguarda e inovando mais uma vez”, explicou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Tendência acelerada pela pandemia
Segundo especialistas consultados pela nossa reportagem, “o nomadismo digital é uma tendência mundial que estabelece um novo paradigma entre profissionais e os seus ambientes de trabalho. As gerações passadas buscavam segurança no trabalho, desenvolvendo carreiras estabelecidas na cidade onde se morava. Atualmente, os viajantes vão de cidade a cidade trabalhando a distância. Hoje, é possível escolher onde habitar, pelo tempo que for conveniente até a próxima paragem. Este estilo de vida, que mudaria o comportamento da próxima década, acabou sendo acelerado com a pandemia”.
Dados da Pnad Covid, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que, em novembro de 2020, havia 7,3 milhões de brasileiros a trabalharem de forma remota. Já o sítio Nomad List, principal portal sobre nomadismo digital, estima que até 2035 vai existir 1 bilhão de nômades digitais no mundo.
A partir deste momento, profissionais com liberdade geográfica podem se estabelecer no Rio, ainda que as suas empresas estejam sediadas em outros países ou até mesmo em outras cidades do Brasil.
“O nomadismo digital é uma tendência de comportamento mundial, não tem volta. A relação das pessoas com o trabalho mudou em todo o planeta, permitindo que muitos decidam em qual cidade viver, independentemente de onde funciona a sua empresa. A cidade do Rio se coloca agora ao lado de outras como Tbilisi, na Geórgia; Miami, nos Estados Unidos; Bali, na Indonésia, e Playa del Carmen, no México, que já são referências de acolhimento dos Nômades Digitais. Esses tempos modernos permitem a experiência de se viver onde se deseja. Estamos oferecendo esta cidade incrível que é o Rio a todos que queiram viver como um carioca. Seja por um mês ou por vários”, afirmou a presidente da Riotur, Daniela Maia.
Estabelecimentos vão receber selo
Os estabelecimentos do setor vão receber um selo concedido gratuitamente pela Riotur. Com o certificado “Rio Digital Nomads”, hotéis e hostels vão oferecer tarifas especiais para nômades digitais que aderirem a pacotes “long stay” (de longa permanência). Espaços de coworkings também receberão o selo e, de igual forma, estabelecerão tarifas diferenciadas.
“É muito positivo confirmar que a gestão municipal está antenada com as tendências mundiais. Vivemos a era do coworking e do coliving, que ganham mais espaço no mercado e cada vez mais adeptos entre os cidadãos e os visitantes. O projeto é uma excelente oportunidade de vender melhor o Rio para todos os brasileiros e estrangeiros que encontram aqui um destino completo de trabalho e lazer, ideal para a nova realidade”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município (SindHotéis Rio), Alfredo Lopes. ∎