IX Fliaraxá conta com autores de vários países lusófonos

Festival irá colocar no ecrã cerca de 100 autores de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique

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O Fliaraxá vai ser exibido nas plataformas www.youtube.com/fliaraxá e Facebook: @fliaraxa
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O mundo da língua portuguesa vai estar em destaque entre os dias 28 de outubro a 1 de novembro durante o IX Fliaraxá – Festival Literário de Araxá. O tradicional evento, que acontece em Minas Gerais, no Brasil, vai contar este ano com um formato inteiramente digital, já que, em virtude da pandemia de Covid-19, a programação será transmitida por 24 horas pelas redes sociais mais populares da atualidade, desde o palco do Teatro Tiradentes, no Grande Hotel de Araxá. O festival, que segue já na nona edição, irá colocar no ecrã cerca de 100 autores de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. “Não há uma língua portuguesa, há línguas em português” – frase de José Saramago, extraída do documentário “Língua – Vidas em Português”, de Victor Lopes, é o tema do Fliaraxá deste ano.

Segundo os seus organizadores, o objetivo do festival é “criar um processo de sinergia entre os autores que falam e escrevem em língua portuguesa por todo o mundo, inclusive os que moram no estrangeiro, como Lucrécia Zappi e Adriana Lisboa, ambas nos Estados Unidos”.

O evento acontece sob a responsabilidade do idealizador e diretor do Fliaraxá, o jornalista brasileiro Afonso Borges, que, para organizar esta edição, realizou uma parceria com a empresa portuguesa “The Book Company”, presente nos principais festivais literários em Portugal e na África.

“No final do evento, vamos divulgar um manifesto pela sinergia da língua portuguesa e tentar fazer o que a Lusofonia não alcançou”, afirmou Afonso, que disse ainda que o evento cumpre também um importante papel social ao conectar pessoas neste momento.

“Acredito que ninguém tenha reunido nomes tão importantes da literatura portuguesa num mesmo festival como estamos fazendo este ano” – Foto: Daniel Bianchini

“Acredito que ninguém tenha reunido nomes tão importantes da literatura portuguesa num mesmo festival como estamos fazendo este ano. É um momento duro em todo o mundo, em que a cultura deve cumprir o seu papel de alento, conforto e inspiração para todos que estão em casa ou em situação de restrição por causa da pandemia de Covid-19”, finalizou Borges.

Participantes e homenageados de renome

Os escritores brasileiros Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto, que comemoram centenário de nascimento, serão os Patronos e o brasileiro Conceição Evaristo e o angolano José Eduardo Agualusa serão os autores homenageados. Calmon Barreto, pintor, desenhista e escultor natural de Araxá, será o Patrono Local. Já o ator brasileiro Antônio Fagundes será a Personalidade Literária do ano.

A lista de autores participantes inclui, de Angola: Ondjaki e José Eduardo Agualusa; de Cabo Verde: Germano Almeida; de Moçambique: Ungulani Ba Ka Khosa e Mia Couto; de Portugal: Valter Hugo Mãe, Bruno Vieira Amaral, Gonçalo M. Tavares, António Araújo, João Luís Barreto Guimarães, José Luís Peixoto, Tânia Ganho, Teolinda Gersão, Onésimo Teotónio de Almeida, Afonso Cruz e Yara Monteiro; de São Tomé e Príncipe: Olinda Beja e Conceição Lima; do Timor Leste: Luís Cardoso; da Guiné-Bissau: Abdulai Silá; do Brasil: Victor Lopes, Pasquale Cipro Neto, Monja Coen, Antônio Fagundes, Paulo Scott, Luiz Ruffato, Lira Neto, Alberto Mussa, Ronaldo Correia de Brito, Sérgio Rodrigues, Elisa Lucinda, Heloisa Starling, Lilia Schwarcz, Adriana Lisboa, Milton Hatoum, Joca Terron, Noemi Jaffe, Sérgio Abranches, Jeferson Tenório, Nélida Piñon, Marina Colasanti, Simone Paulino, Antônio Carlos Secchin, Schneider Carpeggiani, Conceição Evaristo, Itamar Vieira Júnior, Santiago Nazarian, Raphael Montes, Eliana Alves Cruz, Lucrecia Zappi, Ailton Krenak; e as brasileiras que vivem nos Estados Unidos: Lucrécia Zappi e Adriana Lisboa.

A curadoria do festival conta com o cientista político e escritor brasileiro Sérgio Abranches e a historiadora, escritora e professora Heloísa Starling, também brasileira.

Promover a cultura de Araxá

Valorizar a produção literária da região onde o festival é realizado está no escopo da programação idealizada pelos organizadores do Fliaraxá. Sob a curadoria dos escritores Luiz Humberto França, Rafael Nolli e Rodrigo Feres, 20 autores locais irão lançar os seus livros e irão participar nos debates, incluindo José Otávio Lemos, Glaura Teixeira, Vilma Cunha Duarte, João Victor Idaló, Marinez Gotelip, Michelle Clos, Esther Ferreira, Letícia Braga, Lilian Natal, Idelma da Costa, Lisa Alves, Luciano Rodrigues, Flávia Guerra, Thiago Melo, Melina Costa, Simone Alves Fraga e César Campos.

Cultura para os mais novos

Em 2020, a programação infantil do Fliaraxá vai contar com diversas atividades em tempo real, com escritores como Rosana Rios, Paula Pimenta, Tino Freitas, Daniel Munduruku, José Santos,   Rosana Montalverne e Otávio César Jr, que irão apresentar, em vídeo, contação de histórias, making of de ilustrações, músicas e encontros lúdicos, nos cinco dias de festival. A curadoria é do escritor e professor mineiro Leo Cunha.

Como acompanhar o evento?

O Fliaraxá – Festival Literário de Araxá vai ser exibido nas plataformas www.youtube.com/fliaraxá e Facebook: @fliaraxa

A programação e os temas abordados no festival podem ser consultados pelo sítio www.fliaraxa.com.br

Programação reúne países lusófonos

O festival será apoiado pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e pela iniciativa privada brasileira, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Nacional de Cultura, do Ministério do Turismo do Brasil.

Recorde-se que o Fliaraxá – Festival Literário de Araxá foi criado em 2012 pelo empreendedor cultural Afonso Borges, diretor-presidente da Associação Cultural Sempre um Papo. As cinco primeiras edições aconteceram no pátio da Fundação Calmon Barreto de Araxá e, a partir de 2017, o festival passou a acontecer nas instalações do Tauá Grande Hotel de Araxá, património histórico do Estado de Minas Gerais, edificação construída em 1942. Naquela edição, nasceu também o “Fliaraxá Gastronomia”.

Dados disponibilizados pelos organizadores revelam que, em oito anos de existência, cerca de 140 mil pessoas passaram pelo festival, mais de 400 autores participaram na programação e 130 mil livros foram comercializados na livraria do evento.

Ígor Lopes

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