Brasil: durante agenda oficial no país, Marcelo Rebelo de Sousa conheceu projeto da “Fliporto 2025” em Aveiro

Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto) está marcado para acontecer em Portugal no mês de outubro, integrado no programa da Aveiro Tech Week

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Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, durante evento no nordeste brasileiro. Foto: Divulgação
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Durante visita oficial ao Brasil, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve na cidade de Recife, entre 16 e 17 de fevereiro, para uma agenda de dois dias.
No dia 17/02, pela manhã, Marcelo visitou o Real Hospital Português de Beneficência, e mais tarde recebeu um doutoramento `honoris causa` pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UEFP).

O último ponto do seu programa na capital do estado nordestino de Pernambuco foi um encontro com a comunidade portuguesa no Gabinete Português de Leitura, momento acompanhado de perto por Antônio Campos, advogado, escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras e ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco. Este responsável, que é também curador da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto) e membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), disse à nossa reportagem que “o presidente Marcelo Rebelo de Sousa é uma personalidade singular e cativante”, sublinhando que, “entre as suas falas, uma marcou-me especialmente: “Que o Brasil e este Estado irredento que é Pernambuco sempre serão um Portugal além-mar, irmãos”.

A vista ao Gabinete Português de Leitura do Recife, segundo mais antigo do Brasil, tendo sido criado em 1851, mas oficialmente inaugurado em 1855, contou com a presença de diversas autoridades locais e dos dois países, como a vice-governadora do Estado, cônsules, embaixadores, entre outras personalidades.

Na opinião de António Campos, “vivemos num mundo novo, e as relações entre o Brasil e Portugal precisam se atualizar para acompanhar essas mudanças”, acrescentando que “a ligação Brasil-Portugal, no campo cultural, é gigantesca, a começar pela língua portuguesa”.

Este empreendedor cultural teve a oportunidade de revelar ao chefe de Estado português os projetos que está a organizar em solo português, no campo cultural.

“Dei-lhe os parabéns pela sua gestão e mencionei a Fliporto, que terá uma edição em Portugal, em outubro, na cidade de Aveiro, evento literário que mantém fortes laços com Portugal”, disse Antônio Campos, que recordou pontos que comprovam que a influência portuguesa no Estado de Pernambuco.

“No dizer do sociólogo Gilberto Freyre, somos uma civilização portuguesa nos trópicos, com grande contribuição negra e uma influência indígena menor. Fomos colonizados por Portugal, enquanto o período holandês durou apenas cerca de 24 anos, marcado por um gestor notável: Maurício de Nassau. A comunidade e as instituições portuguesas ainda são muito presentes no nosso Estado”, frisou.

Evento cultural pretende ligar Brasil e Portugal em Aveiro

António Campos confirmou que estão em negociações a realização de uma edição da Fliporto em Aveiro, em outubro.

“As negociações estão indo bem. Já temos um diálogo aberto com a Câmara Municipal de Aveiro, além do apoio do Porto Digital Europa, também em Aveiro. O evento acontecerá durante a Aveiro Tech Week, de 6 a 12 de outubro de 2025. Contamos com bons parceiros em Portugal”, mencionou.

Antônio Campos, advogado, escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras, ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco e curador geral da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto)

A Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto) 2024 aconteceu entre os dias 14 e 17 de novembro, em Olinda, Brasil, quando completou 20 anos, tendo como tema central: “Literatura, tecnologia e sustentabilidade: interfaces e diálogos”. Diversos autores estiveram presentes, como o português João Morgado, entre outros, numa iniciativa organizada pela editora luso-brasileira “In-Finita Editorial”, liderada por Adriana Mayrink.
“O resultado foi bastante positivo. A Fliporto é uma festa literária com fortes laços com Portugal”, afirmou Antônio Campos, curador cultural geral e responsável pelo Festival.

Reuniões culminaram em acordos assinados entre os dois países

Após a agenda em Recife, Marcelo seguiu para a capital brasileira, onde foi recebido pelo presidente do Brasil, Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Ainda em Brasília, Marcelo visitou o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal, além de participar na cerimónia de entrega do Prémio Camões de 2024 à poetisa brasileira Adélia Prado.

Após Marcelo retornar a Portugal, Luís Montenegro, primeiro-ministro português, reuniu-se com Lula da Silva, durante a 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, tendo ao seu lado 11 dos 17 ministros do atual governo de Portugal. Diversos acordos foram assinados entre os dois países.

Sobre a Cimeira, que decorreu no dia 19/02, em Brasília, Antônio Campos avalia como “um encontro diplomático de alto nível, realizado periodicamente para fortalecer a cooperação bilateral entre os dois países, um diálogo fundamental e que deve continuar” para “fomentar ainda mais os intercâmbios económicos, culturais e educacionais”.

Montenegro terminou a sua agenda no Brasil em São Paulo, ao participar num fórum económico.

Apoio da diplomacia brasileira

Após o evento, o Raimundo Carreiro Silva, Embaixador do Brasil em Lisboa, celebrou o facto de que “Brasil e Portugal mantêm 200 anos de parceria e amizade celebrados numa Cimeira histórica”.

“O reconhecimento e a valorização das nossas comunidades imigrantes nortearam os entendimentos alcançados em Brasília. Ao ressaltar a contribuição da comunidade brasileira para o bom momento económico de Portugal e a sua integração na sociedade local, o primeiro-ministro Montenegro agradeceu aos brasileiros que escolhem Portugal como a sua pátria de acolhimento. Também destacou os esforços do Governo português para dinamizar o processo de regularização de imigrantes, como a estrutura de missão da AIMA. O reforço da rede consular portuguesa no nosso país também foi mencionado pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa”, escreveu este diplomata num artigo de opinião publicado no jornal português “Diário de Notícias”, no dia 24 de fevereiro de 2025. ■

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