Festa das Fogaceiras completa 520 anos com presença brasileira em Santa Maria da Feira

Integrantes da Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria do Rio de Janeiro acompanham celebrações; Tradicional procissão conta com 250 meninas vestidas de branco em honra de São Sebastião e diversos eventos culturais

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Membros da Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria do Rio de Janeiro
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A celebração da Festa das Fogaceiras, a mais antiga e tradicional festividade religiosa de Santa Maria da Feira, Portugal, completa nesta segunda-feira, 20, feriado local, 520 anos consecutivos. Com um novo trajeto, a procissão sairá da Igreja da Matriz às 15h30. A autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, onde ocorre a festividade do concelho, distingue-se pela procissão em que centenas de meninas vestidas de branco transportam sobre a cabeça o pão doce como oferenda ao mártir São Sebastião por sua proteção contra a peste-negra.

Às 10h30 haverá um pequeno cortejo cívico a partir da Câmara Municipal e depois uma missa solene às 11h. A programação da Festa das Fogaceiras abrange diversas ações culturais. O público assistirá no Auditório do Europarque, dia 25, a “Filarmonia da Humanidade”; a exposição “Reinventar o traje das fogaceiras”, de 19 a 21 na Praça Gaspar Moreira; na segunda-feira, 20, das 10h30 às 17h30 o concurso de desenho “As fogaceiras na rua”; dia 22, o concerto de “O Gajo”, na Capela de Nossa Senhora das Necessidades, na freguesia de Escapães, entre outros espetáculos.

A autarquia convidou para a feira três meninas de países onde a comunidade lusodescendente replica a Festa das Fogaceiras: o Brasil, onde o evento é organizado desde 1954 pela Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria no Rio de Janeiro; África do Sul, onde a tarefa cabe desde 1986 à Associação da Comunidade Portuguesa de Pretoria; e Venezuela, onde a Associação Civil Amigos de Terras de Santa Maria da Feira assume essa responsabilidade desde 2000, em Caracas.

“Não pode haver ato mais bonito do que uma festa que junta feirenses de quatro países e três continentes, numa demonstração de fé e resiliência do povo das Terras de Santa Maria”, confessou o presidente da Câmara Municipal da Feira, Amadeu Albergaria, que acrescentou: “Os que nascem feirenses e os que, nascendo a milhares de quilómetros, querem ser feirenses, através da nossa cultura e das nossas tradições, merecem-no”.

A Câmara Municipal da Feira distinguiu, entre outras figuras de relevo local, quatro cidadãos e entidades com papel decisivo na preservação e promoção da identidade da feira: a Associação da Comunidade Portuguesa de Pretoria e Associação Civil Amigos de Terras de Santa Maria da Feira; Rodrigo Ferreira, que há 20 anos organiza a Festa das Fogaceiras em Caracas e Roselene Boaventura, responsável pela difusão do folclore português entre crianças e adultos, conhecida como primeira-dama da Casa de Vila da Feira e Terras de Santa Maria, no Rio de Janeiro. Integrantes do Grupo Folclórico Almeida Garrett, da Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria carioca, têm realizado apresentações em Portugal, e durante o evento, numa tónica de intercâmbio cultural. Cerca de 25 pessoas integram a comitiva da Casa da Vila da Feira, em Portugal, liderados pelo presidente da Casa, Ernesto Boaventura.

O evento é realizado desde 1505 em Portugal e, neste ano, 250 meninas entre 7 e 19 anos inscreveram-se como protagonistas para a Festa das Fogaceiras. Conforme declarado pela autarquia, as inscrições foram esgotadas “em meia hora”. Com o trajeto maior, a procissão partirá da Igreja Matriz até à Igreja da Misericórdia e seguirá pelas ruas doutor Roberto Alves, António Ferreira Soares, São Nicolau, Vitorino de Sá e dos Descobrimentos. Daí retornam à Igreja Matriz pela Alameda do Castelo e do jardim em frente do Museu Convento dos Loios.

A procissão contará com símbolos religiosos, entre os quais um andor a São Sebastião e vários elementos da sociedade civil, entre os quais o destaque de 2025 é a charanga equestre da GNR, com 20 guardas a cavalo e em traje formal. A Câmara Municipal vai promover, para os visitantes sentirem “o sabor, a textura e o formato únicos da genuína Fogaça da Feira”, 10 mil provas gastronómicas do pão doce, em miniatura, às crianças do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo da rede pública e privada do concelho. ■

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