FliParaíba: “Tive a felicidade de levar a mulher escritora cabo-verdiana para João pessoa”, enalteceu Vera Duarte

“Já participei em muitos festivais, mas, neste houve uma magia qualquer que deu um toque especial", disse esta escritora africana, que participou na primeira edição do Festival Literário Internacional da Paraíba, em João Pessoa

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Vera Duarte, durante FliParaíba
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A escritora cabo-verdiana Vera Duarte foi uma das participantes convidadas da primeira edição do Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba), que teve lugar em João Pessoa, entre os dias 28 e 30 de novembro, no nordeste brasileiro, com o objetivo de “conectar as culturas do Brasil, África e Portugal, num espaço onde a literatura se transforma em resistência e promove o entendimento de novos mundos”.

No dia 29, o tema “Pluralidade e Diversidade – Educação como Pilar do Futuro Descolonizado” foi o mote para o encontro entre Maria Valéria Rezende e Neide Medeiros, ambas da Paraíba; além de Vera Duarte. Segundo esta escritora africana, a experiência em João Pessoa foi inesquecível.

“Já participei em muitos festivais, mas, neste houve uma magia qualquer que deu um toque especial. Talvez pela organização. Conheci o José Manuel Diogo e a sua espetacular dinâmica cultural, pude reencontrar o amigo Tom Farias e conheci a querida Cissa Guimarães”, afirmou Vera, que realçou o facto de o local contar com “uma mística especial”, devido ao “espaço maravilhoso” onde foi realizado o festival.

“O Mosteiro de São Francisco é um lugar maravilhoso, pois é carregado de história. Há uma mística muito especial. Existe uma conjugação interessante entre a madeira e o ouro. Estes elementos são capazes de nos transportar para algo, de alguma forma, transcendental, pois prepara o nosso espírito para outras vivências. Foi genial ter-se feito o evento nesse local”, comentou.

Vera Pina avalia ainda que a organização do evento foi muito feliz ao levar o festival para uma zona descentralizada dos grandes centros urbanos, o que ajudou a criar um “ambiente de entusiasmo entre o público e os participantes, proporcionado muitas conversas e aproximação”.

“Houve um carinho muito grande do público, da organização e entre os autores. Venho de um país pequeno e isso sensibilizou-me muito. Fiquei encantada com como fui recebida por todos e, também, com a maneira com que o público me abordou depois da minha fala para conversar e tirar fotografias. Na verdade, quando os autores escrevem querem mesmo é comungar com os leitores”, recordou.

Esta autora, conhecida pelas diversas obras editadas e por ter recebido prémios internacionais, como Prémio Tchicaya U Tam’si de Poesia Africana, nasceu no Mindelo e se destaca no cenário do “ativismo literário-cultural”. Garante que em João Pessoa o festival foi “um sucesso desde a sua estreia”.

“Este primeiro FliParaíba é inesquecível”, sublinha Vera, que não esconde o entusiasmo por ter levado a voz feminina africana ao evento no Nordeste brasileiro.

“Tive a felicidade de levar a mulher escritora cabo-verdiana para João pessoa. Quero agradecer a Morabeza com que fomos tratados em João Pessoa”, finalizou Vera Duarte, que tem agenda marcada em fevereiro em dois festivais literários internacionais na Índia. ■

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