Opinião: “O Rastilho das Alterações Climáticas”, por Simão Ribeiro Póvoa

“A reflexão de um emigrante que vê, à distância, o seu país a arder. Até quando?”

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Simão Ribeiro Póvoa, jurista português em Bruxelas
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De Bruxelas, testemunho os incêndios devastadores em Portugal com uma mistura de angústia e revolta. Se é verdade que as alterações climáticas parecem tornar os verões cada vez mais quentes e longos, é também incontestável que, num território em que impera a saudade da chuva, o calor se tem tornado sinónimo de medo e tragédia. Assim, a destruição das florestas, ano após ano, não pode ser vista somente como um fenómeno natural.

É frustrante ver um jardim à beira-mar arder perante a escassez de soluções face à crise climática. Com as florestas deixadas ao mercantilismo, torna-se difícil prevenir o impacto das temperaturas recorde, das secas prolongadas e dos ventos fortes. A situação piora quando sabemos quem mais sofre com este cocktail de catástrofes: os que menos têm – seria igual se fosse ao contrário?

O impacto da degradação ambiental reflete-se na destruição das paisagens com as quais crescemos, afetando quem que vive em Portugal, mas também quem o carrega no coração. Todavia, como não só de romantismo se faz a vida, e perante o colapso climático, urge um esforço global para um futuro diferente, pensado para todos os seres vivos e o planeta. A mensagem que fica é pragmática: a luta contra os incêndios é uma luta contra as alterações climáticas, logo, uma luta política – sem fações ou cores partidárias. ■

Simão Ribeiro Póvoa

Jurista português em Bruxelas

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