Beti Rozen é uma escritora brasileira radicada nos EUA, conta com mais de 40 anos de carreira e diversos livros publicados, tendo, inclusive, uma das suas obras integrada no plano do governo brasileiro na área da Educação, sendo distribuído em escolas públicas no país.
Casou-se com um norte-americano em 1991, de quem se divorciou tempos depois. Um segundo relacionamento resultou noutro casamento, também com um cidadão dos EUA, em 1994. O seu segundo marido é co-autor dos livros editados. Trata-se de Peter Hays, que tem currículo na área do teatro e escreve livros ao lado de Beti Rozen.
Esta autora prepara-se para uma agenda recheada nos próximos meses, com passagens pela Miami Book Fair, além de ter programada visita às escolas na Flórida e sessões de autógrafos numa livraria em New Jersey. No Brasil, estará também na Bienal do Livro no Rio de Janeiro em 2025. Nos últimos dias, marcou presença na Bienal do Livro em São Paulo. Para conhecer melhor o seu percurso, conversamos com Beti Rozen, representante internacional da Rede Sem Fronteiras e membro da Academia de Letras e Artes Luso-Suíça, que explicou os caminhos da sua literatura.
Como avalia o cenário literário entre Brasil e EUA?
Comecei a minha carreira literária no Brasil nos anos 1980 e muito mudou ao longo dos anos. O meu primeiro livro foi editado em 1982, na época do boom da literatura infantojuvenil no Brasil. O meu primeiro livro foi editado nos EUA em 1994, quando eu e Peter Hays criamos a editora “Sem Fronteiras Press”. Atualmente, trabalho muito com a comunidade brasileira nos EUA e vendo livros em português. No Brasil, vendo livros em inglês em escolas americanas e britânicas, além do português. Transito muito entre os dois países. E divulgo o Brasil nos EUA.
Quais dos seus projetos literários merecem destaque?
É muito difícil dizer de qual livro mais gosto. O meu best seller é “Temos de Encontrar o Froggy”. Tenho em três idiomas: português, espanhol e inglês. Entrou no programa do governo brasileiro para distribuição em escolas públicas. O livro “Um Coração a Procura de Abrigo” ou “A Heart Alone in the Land of Darkness” faz também muito sucesso, passou por várias edições: bilingue com português de Portugal e inglês; inglês somente, e em português no Brasil. “Dois Continentes, Quatro Gerações” tem também três edições em três idiomas: português, inglês e espanhol. É sobre a minha família que saiu da Polônia em 1939 em direção ao Rio de Janeiro. Passa-se em duas épocas, 2004, também, com a quarta geração nos EUA. Atualmente, lancei livro na Bienal do Livro de São Paulo: “O Pequeno Contador de Histórias”. O tema é muito atual, sobre o meio-ambiente. Estou com uma série de eventos de lançamento: no Focus Brasil no Consulado do Brasil em Nova York e na Miami Book Fair, além de uma livraria em Long Branch, New Jersey.
Que apoio recebe da Infinita?
Distribuição em feiras, livrarias em Portugal e em Recife.
A que entidades está conectada?
Muitas academias de letras como a Luso-Suíça, Academia Internacional de Literatura Brasileira, representante internacional da Rede Sem Fronteiras. Recebi prêmios de literatura como Brazilian International Press Award na Flórida, USA, medalha Machado de Assis, pela Brazilian Endowment for the Arts em New York, e o Melhor do Brasil no Mundo em literatura infantojuvenil, High Profile Magazine em Londres.
Nesses mais de 40 anos de carreira literária, que desafios e oportunidades pode apontar?
O desafio maior é a venda de livros. Todo escritor tem problema. Precisamos estar em feiras, na mídia e etc. Felizmente no Brasil há projetos para adoção de livros nas escolas. Porém, nos EUA, não acontece este tipo de política. Eu visito escolas nos EUA, Brasil, Colômbia e já tenho trabalhos executados pelas crianças e jovens nas escolas com os meus livros. Ainda batalho para oportunidades de edição de novos livros. Tenho textos inéditos a editar. Porém, consigo divulgar bastante os meus livros editados, estando sempre à frente para lives, entrevistas, participação em feiras.
Quem é Beti Rozen?
Beti Rozencwajg (Beti Rozen) possui diversos livros infanto-juvenis editados nos Estados Unidos, Brasil e Colômbia, incluindo “Dois Continentes, Quatro Gerações”, que está disponível em inglês, português e espanhol. Este livro foi inspirado nas entrevistas que Beti fez com sua tia Ester, irmã mais velha de seu pai que deixou a Polônia em 1939. Seu primeiro livro foi editado em 1982 no Brasil. Em 2022 completou 40 anos de carreira.
Beti é uma autora brasileira do Rio de Janeiro vivendo nos EUA e com seu trabalho publicado (contos infantis e poesias) em diversas antologias na Europa e Brasil e revistas infantis em Israel e China. O conto “Robinho, o Robozinho” foi vencedor do concurso literário Piensieri Parole da Associação Cultural Internacional Mandala na Itália. E o conto Sem Palavras, vencedor de outro concurso literário nos EUA promovido pelo Consulado do Brasil em Boston, originando o livro Without Words (sendo publicado em português em 2020). Em 2016, recebeu o Brazilian International Press Award de literatura e cultura nos Estados Unidos e, em 2018, a medalha Machado de Assis da Brazilian Endowment for the Arts em Nova York. Em 2021 recebeu o prêmio Melhor do Brasil no Mundo como escritora de livros infanto-juvenis, promovido pela High Profile Magazine em Londres. Outro prêmio na Itália: Premio Speciale A.C.I.M.A. Infinito: categoria verso. Autora dos poemas Paz e Perda, musicados para o livro e CD Estrelas: Literatura Poética Musical produzido por Jo Mendonca Alcoforado. Em 2020, com a mesma Jo Mendonca participou do livro/CD Brasil Mostra sua Cara com a poesia Conjecturando o Jeito. Ainda em 2020, um novo livro de poesias Passamundo. Em 2021 saiu o livro “Gato que é Gato Empina o Rabo”, em 2023 Gotta Find Froggy e, em 2024, O Pequeno Contador de Histórias. É representante internacional da Rede Sem Fronteiras e membro da Academia de Letras e Artes Luso-Suíça (ALALS). ■