Mia Couto venceu Prémio de Literatura em Línguas Românicas 2024

Durante a sua trajetória literária, o escritor africano conquistou vários prémios internacionais e já foi traduzido em mais de 30 línguas

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O romancista não pode estar presente à premiação, mas agradeceu por videoconferência. Foto: divulgação da FIL Guadalajara/Paula Islas
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Durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara (FIL), no México, o escritor moçambicano Mia Couto foi anunciado como vencedor do Prémio de Literatura em Línguas Românicas 2024. O escritor recebeu um prémio de 150 mil dólares, sendo escolhido entre 49 autores de 20 países que escrevem em seis línguas: catalão, castelhano, francês, italiano, português e romeno. A homenagem decorreu dia 2 de setembro.

A escolha do vencedor foi unânime entre os jurados, entre eles o ensaísta e professor português Carlos Reis, que integrou o júri e a quem coube anunciar o nome do vencedor. Mia Couto, ao referir-se à premiação, considerou que ela “diz tudo quanto ao reconhecimento da obra, do que significa literariamente, para a língua portuguesa e para quem escreve literatura nesse subúrbio da língua portuguesa que é Moçambique”.

Mia Couto ainda assinalou o seu orgulho pela premiação por dar “atenção” à literatura africana.

“Eu fico obviamente muito feliz por receber este prêmio. É um prémio de grande prestígio internacional e concorrem escritores de vários continentes, incluindo da África. Não fui o único africano concorrente nesta edição nem em outras. Portanto, essa atenção que se está a dar ao continente africano e a outras escritas com outras sensibilidades é algo que me orgulha muito”, disse. 

Mia Couto, considerado “um dos maiores escritores de língua portuguesa dos nossos dias”, nasceu na Beira, em Moçambique, em 1955. Foi jornalista e professor. Atualmente é biólogo e escritor. Entre outras premiações de prestígio literário, ele conquistou o “Prémio Vergílio Ferreira”, em 1999, o “Prémio União Latina de Literaturas Românicas”, em 2007, o “Prémio Eduardo Lourenço, em 2011” (pelo conjunto da obra), o “Prémio Camões”, em 2013 e o “José Craveirinha”, em 2022. 

Da sua vasta obra (romances, contos e poemas), traduzida em mais de 30 línguas, Mia Couto escreveu, entre outros, “Jerusalém”, distinguido entre os 20 melhores livros de ficção mais publicados em França, na escolha da rádio France Culture e da revista Télérama; “O Último Voo do Flamingo”, “Vozes Anoitecidas”, “Estórias Abensonhadas”, “Terra Sonâmbula”, eleito um dos 12 melhores livros africanos do século XX; “A Varanda do Frangipani” e “A Confissão da Leoa”. ■

 

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