O ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal revelou que uma cidadã portuguesa está entre as vítimas mortais do acidente aéreo da última sexta-feira, dia 9/8, no estado de São Paulo, Brasil, que causou a morte das 62 pessoas a bordo.
Segundo fontes, trata-se de Gracinda Marina Castelo da Silva, cidadã portuguesa de 48 anos. A mulher, professora universitária, seguia com o marido no voo. O casal deixa três filhos. Licenciada em Engenharia Química pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Gracinda especializou-se na área com um mestrado e um doutoramento na Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, dava aulas na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Ainda segundo informações apuradas junto de fontes, no voo em que morreu, Gracinda tinha a companhia de Nélvio José Hubner, com quem estava casada há 25 anos.
“Nélvio iniciou sua trajetória na Prefeitura de Toledo em 02/05/2011 e atuava como Procurador Municipal. Gracinda fazia parte do corpo docente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Casados há 25 anos, os dois deixam três filhos e centenas de colegas que os admiravam pessoal e profissionalmente”, referiu a Prefeitura de Toledo, em comunicado.
“A Universidade Tecnológica Federal do Paraná confirma, com enorme consternação e pesar, o falecimento de duas servidoras do seu quadro docente e de seus esposos, na tragédia com o voo Voepass 2283, ocorrida nesta sexta-feira, em Vinhedo (SP). Também foram vitimados os familiares de outros três professores e uma aluna da instituição”, referiu a Universidade em que trabalhava Gracinda em comunicado.
Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, e Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República portuguesa, também reagiram ao falecimento da cidadã portuguesa. Marcelo telefonou à família da portuguesa “radicada no Brasil, que continuava muito ligada a Portugal”. Já o primeiro-ministro manifestou “dor profunda” e enviou sinceras condolências à família.
O acidente aéreo, que é um dos 10 mais graves da história no Brasil, não deixou sobreviventes. Comunicado da companhia aérea Voepass, indica que o avião, um bimotor ATR-72-500 que voava entre Cascavel e São Paulo, despenhou-se por volta das 13:25 locais (17:25 em Lisboa), transportava 58 passageiros e quatro tripulantes.
Não há ainda, por parte das autoridades aeronáuticas, informações sobre as possíveis causas do acidente. Especialistas utilizaram as imagens da Internet, que mostram o momento da queda do avião, para indicar que o acúmulo de gelo pode ter ocasionado problemas nas asas da aeronave.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram o avião a dar voltas em torno de si próprio antes de se despenhar por cima de algumas casas.
A Câmara Municipal da cidade brasileira de Valinhos, no interior do estado de São Paulo, indicou, em nota, que “não houve sobreviventes” no acidente, no qual “participou da operação conjunta para assistência ao acidente aéreo que ocorreu na cidade de Vinhedo, no bairro Capela, na tarde desta sexta-feira”.
Embora o avião tenha caído numa área residencial da cidade vizinha de Vinhedo, bombeiros de outros municípios também participaram no resgate.
“Acaba de cair um avião na cidade de Vinhedo, em São Paulo, com 58 passageiros e quatro tripulantes e parece que todos morreram”, afirmou Lula da Silva, presidente do Brasil, após saber do acidente.
Também o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas lamentou o ocorrido.
A companhia aérea brasileira afirmou em nota que o avião que caiu estava apto a voar e sem restrições. O Cenipa, órgão da aeronáutica responsável pela investigação do acidente no Brasil, disse em conferência de imprensa, que ainda é prematuro apontar as causas do acidente.
A Força Aérea Brasileira confirmou nas últimas horas que encontrou as caixas-negras do avião, que serão enviadas a Brasília para análise.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) do Brasil informou que a aeronave encontrava-se em condição regular para operar, com certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos, além dos tripulantes com documentação em dia.
As investigações devem levar cerca de um mês até surgirem as primeiras conclusões.
Neste momento, todos os corpos já foram retirados das ferragens e decorre o processo de identificação dos mesmos no Instituto Médico Legal de São Paulo.
As famílias estão alojadas em hotéis em São Paulo onde estão a receber, segundo a empresa, apoio médico, psicológico e jurídico. ■