A Guerra entre Rússia e Ucrânia impacta todo o continente europeu. Umas das áreas mais afetadas foi o setor energético. Desde a Guerra Fria, a Rússia é o principal fornecedor de gás da Europa. Com as sanções aplicadas ao país, a crise energética instaurou-se. Tal facto afeta diretamente a produção industrial, a agricultura e causa outros enormes problemas no dia a dia da população, como aumento dos preços dos produtos.
À nossa reportagem, o CEO da Liderroll, empresa líder no mercado de construção de gasodutos especiais no Brasil, defendeu que é necessário que haja uma ação conjunta dos países para encontrarem soluções sustentáveis para abastecer o continente. Estas medidas fariam com que os países europeus não dependessem unicamente do abastecimento energético russo. Entretanto, a produção do hidrogênio verde ainda não é feita em escala, e seria necessário fazer essa operação diante de todas as necessidades vigentes, ou seja, mudar a estratégia de obtenção de energia durante uma crise energética.
Em entrevista recente, Paulo Fernandes declarou: “Não vejo que estaremos livres dos hidrocarbonetos tão facilmente como querem alguns pseudos iluminados de gel no cabelo e fatos alinhados, mas que se quer já pisaram o chão de uma fábrica. É um discurso que está fazendo o mundo oscilar sem objetividade e está atrasando a obtenção de uma alternativa correta e sustentável. Há muita gente em diversos países tentando reinventar a roda numa corrida individual, cada um para um lado e da sua maneira. Isto não traz resultado consistente”.
Para este responsável, o caminho ideal é uma ação conjunta que tenha como objetivo uma melhoria geral da crise, soluções que possam ser implementadas sem que haja ganho apenas para um ou para outro, mas que todos possam assumir o protagonismo.
“Uma solução seria a criação de um grupo centralizador para tratar, em colaboração com países que já possuem várias metodologias de produção energéticas, riquezas naturais específicas e com estratégias usuais criadas já em curso, a fim de colocar tudo na mesa e definir uma linha central de objetivos e desenvolvimento para substituir os combustíveis fósseis, por energias renováveis”, afirmou Paulo Fernandes.
Entretanto, para a Liderroll, ainda não é possível abandonar as matrizes energéticas utilizadas neste momento. Como as soluções para utilização de energias limpas levariam anos, urge a necessidade de manter-se abastecido, e que os países devem pensar em soluções económicas, bélicas, e diplomáticas para não prejudicarem o fornecimento e o armazenamento energético. É vital pensar que outros fornecedores possam alimentar a Europa, mas que, para isso, alguns caminhos sejam tratados, até mesmo a construção de novos gasodutos, mas feito com inteligência e muito estudo sobre o tema.
“Na minha opinião, está claro que a matriz energética que está em funcionamento deve ser mantida pelo tempo que for necessário. Porém, deve ser criado um grupo centralizado, que pode ser o BRICS, com a contribuição de outros países, que criará, definirá e escolherá, esgotando todas as teses, o que será adotado mundialmente como a filosofia e metodologia para se ter uma energia menos poluente, para, aos poucos, irmos nos desconectando da base de hidrocarbonetos. Assim, teríamos uma ação centralizada”, disse Paulo Fernandes.
A Liderroll é uma empresa brasileira, vencedora do prémio de melhor empresa de soluções especiais do mundo em 2011 para a construção de dutos em ambientes confinados concedido pela ASME-EUA. ■