Berta Nunes concede medalha a José Queiroga no Rio de Janeiro

Segundo Berta Nunes, “o provedor da confraria de Santo António dos Pobres, que homenageamos, apoia não só os portugueses, mas também as pessoas necessitadas”.

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SECP homenageia emigrante português no Rio de Janeiro
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A Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, condecorou com a Medalha de Mérito das Comunidades, no grau “Ouro”, José Germinal Queiroga Monteiro, provedor da Irmandade do Santíssimo Sacramento do Santo António dos Pobres e Nossa Senhora dos Prazeres no Rio de Janeiro, Brasil, “como testemunho de apreço e reconhecimento”.

Segundo Berta Nunes, “o provedor da confraria de Santo António dos Pobres, que homenageamos, apoia não só os portugueses, mas também as pessoas necessitadas”.

“Esta é também a força da comunidade portuguesa que soube integrar-se e que soube abrir-se a toda a comunidade brasileira”, sublinhou esta Secretária de Estado.

Emocionado, José Queiroga reiterou que, apesar das dificuldades encontradas, ajudar o próximo é um sentido de missão.

“Foi com muita alegria que recebi essa medalha, indicação do Irmão da Nossa Irmandade, o cônsul-adjunto de Portugal no Rio de Janeiro, João de Deus, e acredito que seja o reconhecimento desse trabalho voluntário que realizamos na Irmandade ao longo de 20 anos, trabalho esse que começou em 1811 pelos nossos antepassados para ajudar os pobres que, naquele tempo, pouco tinham ou nada tinham. Num país rico como o Brasil, temos um povo pobre”, frisou Queiroga, que revelou ser “um trabalho cansativo e que existem horas que dá vontade de desistir, mas, quando vemos o sorriso no rosto dos nossos idosos assistidos dá-nos entusiasmo para continuar a missão”.

“É bom chegarmos à noite cansados, mas saber que amenizamos um pouquinho da fome, das dificuldades desse povo sofrido que é o nosso povo do Brasil. Esta homenagem, acredito, chegou no tempo certo, mas tudo na vida vale a pena”, finalizou José Queiroga.

A entrega da medalha aconteceu no dia 14 de outubro nas instalações da Casa dos Açores do Rio de Janeiro, durante deslocamento da comitiva portuguesa ao Brasil.

Trabalho e alento

A tradicional Venerável Irmandade de Santo António dos Pobres realiza há anos diversas atividades de caridade e assistência social voltada para as pessoas pobres que a procuram. Nesse âmbito, são distribuídos pães, alimentos e roupas, assim como cobertores no inverno. A Irmandade também distribui bolsas de alimentos para mais de 200 famílias todos os meses.

Igreja secular

A Igreja de Santo António dos Pobres localiza-se no Centro do Rio de Janeiro, na Rua dos Inválidos, nº. 42, na esquina com a Rua do Senado. A história do templo que atende os devotos de Santo Antônio e que já passou por reconstruções remete ao longínquo ano de 1807, no início do século 19, quando então surgiu a ideia de erguer uma capela.

Um piso oculto que hoje se encontra aparente é uma das atrações e curiosidades da igreja. O nome atual da irmandade ligada à igreja é a Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento, Santo António dos Pobres e Nossa Senhora dos Prazeres.

Embora fosse frequentado por pessoas simples, o então Príncipe Regente e depois Rei Dom João VI visitou várias vezes o templo em companhia dos filhos e membros da corte. Dom João VI era devoto de Santo António e acreditava que, com a ajuda do Santo diante de Deus, este havia concorrido para a derrota dos exércitos de Napoleão, que haviam invadido o território português.

José Queiroga e João de Deus

Em 1953, a irmandade adquiriu um órgão que estava dentro do que havia de melhor em sua época, com 649 tubos com sistema pneumático. O órgão esteve em uso até o início do ano 2000 e, em 2009, foi restaurado com o apoio do Ministério da Solidariedade Social de Portugal, tendo sido também eletrificado por José Rigato, um organista de São Paulo.

No ano de 2011, uma construção de edifício de escritório num terreno vizinho ocasionou abalos na estrutura da igreja, manifestada também por rachaduras nas paredes e no piso.

Os reparos duraram três anos e, durante as obras, foi descoberto o piso original da Igreja, que ficava 1,20 metros abaixo do atual, quase ao nível da rua. Decidiu-se então deixar este piso, provavelmente de 1854 (ou 1831), exposto ao público com a proteção de um piso de vidro sustentado por estrutura metálica.

A igreja foi reinaugurada com uma missa num domingo de maio de 2013, presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, com a presença do Prefeito do Rio, do Cônsul-Geral e do Embaixador de Portugal. O órgão foi reinaugurado também pelo organista Alexandre Rachid. ■

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