Autarca de Viseu vítima do novo coronavírus

"António Almeida Henriques encontrava-se internado no Serviço de Medicina Intensiva desde o dia 10 de março"

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António Almeida Henriques iria se candidatar a um novo mandato
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O presidente da Câmara Municipal de Viseu, António Almeida Henriques, faleceu no domingo de Páscoa, dia 4 de abril, vítima de complicações respiratórias decorrentes da Covid-19 no Hospital de São Teotónio, em Viseu. Segundo apurámos, o autarca sofria de asma e teria já apresentado preocupação em relação a uma eventual infeção pelo novo coronavírus. António Almeida Henriques tinha 59 anos e era Presidente da Câmara Municipal de Viseu desde 2013.

António Almeida Henriques encontrava-se internado no Serviço de Medicina Intensiva desde o dia 10 de março. O Presidente da Câmara Municipal de Viseu acusou positivo ao coronavírus no dia 4 de março, evidenciando apenas sintomas ligeiros. No dia 7 de março, face ao agravamento dos sintomas, dirigiu-se ao Hospital de São Teotónio, onde foi observado, tendo ficado internado por precaução. O agravamento do estado clínico de António Almeida Henriques obrigou à entubação e ventilação mecânica, situação que se manteve até o dia do seu falecimento.

“A sua elevada cultura democrática e competência política levaram-no a ocupar diversas funções de grande responsabilidade, tanto ao nível do associativismo, como a nível político”, disse uma fonte.

Caminhada política

O autarca foi deputado à Assembleia da República, nas IX, X e XI e XII Legislaturas e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD entre 2005 e 2007 e 2010 e 2011. Entre 2011 e 2013, exerceu funções como Secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional do XIX Governo Constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho.

Mas foi ao concelho de Viseu, terra onde nasceu e onde sempre viveu, que António Almeida Henriques dedicou “os melhores anos da sua vida”. Desempenhou diferentes funções na vida política local e regional, tendo sido Presidente da Assembleia Municipal de Viseu durante oito anos, nos mandatos de 2005/2009 e 2009/2013, lugar que nunca abandonou apesar das funções que passou a ocupar no Governo de Portugal.

António Almeida Henriques tinha como grande objetivo completar o projeto desenhado durante a sua primeira candidatura, que visava colocar Viseu entre os “melhores concelhos de Portugal”. Destacava-se pelo seu “sentido de justiça e retidão, e estava sempre disponível para parar e ouvir os viseenses e os colaboradores da autarquia”. O projeto de vida de António Almeida Henriques era Viseu, porque, como muitas vezes dizia, “não podia ser Presidente de outra Câmara”.

“A sua partida é uma perda irreparável para Viseu, para a região e para País. O Município de Viseu agradece, desde já, todo o carinho demonstrado pelos viseenses ao Presidente da Câmara, mas apela ao respeito de todos pela privacidade da família neste momento de enorme sofrimento”, afirmou em nota a Câmara de Viseu.

Despedida ao Presidente

 O Município de Viseu promoveu as cerimónias fúnebres do Presidente da Câmara, António Almeida Henriques, no dia 5 de abril, de forma privadas e reservadas à família e amigos mais próximos, face às restrições impostas pela pandemia da COVID-19. Houve espaço, porém, para uma última homenagem.

“Atendendo ao carinho demonstrado por todos os viseenses, a deslocação da urna, entre o Hospital de São Teotónio e o cemitério, passou passar pelas principais artérias da cidade de Viseu. O objetivo foi evitar aglomerações num único local e, cumprindo todas as orientações da Direção-Geral de Saúde e da Autoridade de Saúde, permitindo que os viseenses possam, ainda assim, despedir-se e prestar uma última homenagem a António Almeida Henriques”, informou a autarquia.

A deslocação da urna, que reuniu autoridades de todos o país, teve início pelas 16 horas, na Rua Prof. Egas Moniz (junto ao Hospital), e percorreu algumas das ruas principais da cidade, passando, por exemplo, na Av. Alexandre Herculano e na rotunda de Santa Cristina. Seguiu depois pelo Centro Histórico, com passagens na Praça Dom Duarte, na Rua do Adro, Largo Pintor Gata, Largo Major Teles, rotunda Dom João I e Av. 25 de Abril. O trajeto incluiu a passagem pelos Paços do Concelho, continuando pela Av. Europa e terminando no cemitério de Abraveses.

A autarquia declarou três dias de luto municipal, entre os dias 4 e 6 de abril. ■

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